Polícia Militar retira grupo que ocupou as margens da PA-279 após mais de 24 horas de mobilização

A desocupação das margens da rodovia PA-279 ocorreu por volta das 16h. Após serem informados pela PM que não poderiam mais permanecer na área, os manifestantes acataram a ordem de saída pacificamente. A Polícia Militar ainda deve permanecer na área para reforçar a segurança após a total desocupação das margens da PA-279, para evitar novos atos.
Os manifestantes deixaram a área pacificamente e desmontaram as estruturas construídas nas últimas 24 horas (Foto: Wesley Costa / Fato Regional)

Agentes da Polícia Militar notificaram e retiraram os manifestantes que estavam ocupando as margens da rodovia PA-279, na tarde desta segunda-feira (10), após mais de 24 horas de mobilização. O grupo, que não é vinculado ao MST e supostamente é apoiado pela Fetagri, deixou a área, entre Ourilândia do Norte e Água Azul do Norte, no Sul do Pará. A mobilização foi considerada ilegítima pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), após alegações de que o grupo teria sido orientado pelo superintendente regional a fazer a ocupação da via estadual.

Veja imagens da desocupação da PA-279, no Instagram do Fato Regional (@fatoregional):

A desocupação das margens da rodovia PA-279 ocorreu por volta das 16h. Após serem informados pela PM que não poderiam mais permanecer na área, os manifestantes acataram a ordem de saída pacificamente. Não houve necessidade de nem um disparo e nem houve tensão entre os policiais e o movimento. O grupo é composto por cerca de 400 famílias — a maioria de pessoas de Tucumã e Ourilândia —, que dizem aguardar um cadastramento do Incra para o assentamento em uma suposta área da União, que fica perto da Mineração Onça Puma, da Vale Metais Básicos, em Ourilândia do Norte.

(Foto: Wesley Costa / Fato Regional)

Os manifestantes estavam na área desde o final da manhã deste domingo (9). Eles se dividiram em dois acampamentos, sendo um às margens da rodovia PA-279 e outro perto do rio Caiteté. Por nota, o Incra disse que não reconhecia a legitimidade do movimento e que a Polícia Federal seria acionada, pois o grupo faz uma alegação falsa de que o superintendente Andreyk Maia teria “orientado” o grupo a fazer a ocupação da área da rodovia com a promessa de cadastramento para o assentamento em uma terra da União em Ourilândia.

Veja a explicação do superintendente regional Sudeste do Incra, Andreyk Maia:

“A Regional do Incra informa que desconhece completamente a legitimidade da ocupação. O superintendente regional do Incra Sudeste do Pará, Andreyk Maia, informa que não houve nenhuma orientação sua para ocupação da referida área e que estão sendo tomadas medidas administrativas, junto à Polícia Federal, para apurar o uso indevido do nome do superintendente e da instituição no episódio”, diz nota do Incra ao Fato Regional.

Ainda na nota, o Incra comunicou que “…reafirma o seu compromisso com as demandas legítimas dos trabalhadores rurais da região e dos movimentos sociais do campo devidamente constituídos, sempre dentro dos limites da legalidade e conforme as diretrizes do Plano Nacional de Reforma Agrária”. A Vale Metais Básicos informou que a área ocupada não pertence à mineradora.

Assista o posicionamento de um dos produtores rurais preocupados com a situação:

Nesta segunda-feira (10), vários produtores rurais se reuniram para uma mobilização “preventiva”, para evitar que fazendas fossem ocupadas pelos manifestantes. “Tão da Caiteté” também disse que queria que o Incra e as forças de segurança solucionassem o caso o mais rápido possível, para evitar a desvalorização das terras e minimizar riscos. O grupo saiu e não se sabe para onde devem seguir ou se farão novas mobilizações. A Polícia Militar ainda deve permanecer na área para reforçar a segurança após a total desocupação das margens da PA-279, para evitar novas manifestações.

(Foto: Wesley Costa / Fato Regional)

(VICTOR FURTADO, da Redação do Fato Regional)


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