O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, afirmou nesta segunda-feira, 8, que o presidente Jair Bolsonaro “não comentou” o fuzilamento do carro de uma família em Guadalupe, na zona norte do Rio, no domingo, 7. O músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, morreu depois que o carro foi alvejado por mais de 80 tiros.
Ao ser questionado sobre o assunto, Rêgo Barros limitou-se a dizer que “confia na Justiça Militar, nos esclarecimentos que o Exército dará por meio do inquérito e espera que eventos de igual similitude não venham a ocorrer”. “Ele não comentou, mas confia na Justiça Militar, nos esclarecimentos que o Exército dará por meio do inquérito e espera que eventos de igual similitude não venham a ocorrer”, disse o porta-voz após cerimônia de sanção do novo cadastro positivo, no Palácio do Planalto.
O caso
O automóvel de uma família foi atingido por mais de 80 disparos realizados por militares do Exército, segundo perícia realizada pela Polícia Civil. O fato aconteceu durante uma ação em Guadalupe, Zona Oeste do Rio, na tarde do domingo (7). O delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, disse que “tudo indica” que os militares atiraram ao confundirem o carro com o de assaltantes.
No carro estavam cinco pessoas que iam para um chá de bebê: Evaldo, a esposa, o filho de 7 anos, o sogro de Evaldo (padastro da esposa) e outra mulher. Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, morreu na hora. O sogro dele, Sérgio, foi baleado nos glúteos. Seu quadro era estável. A esposa, o filho de 7 anos e a amiga não se feriram. Um pedestre que passava no local também ficou ferido ao tentar ajudar. Ainda não há informações sobre seu estado de saúde.
POLÍCIA CIVIL – “Foram diversos, diversos disparos de arma de fogo efetuados, e tudo indica que os militares realmente confundiram o veículo com um veículo de bandidos. Mas neste veículo estava uma família. Não foi encontrada nenhuma arma [no carro]. Tudo que foi apurado era que realmente era uma família normal, de bem, que acabou sendo vítima dos militares”, afirmou o delegado em entrevista à TV Globo.
A família estava em um carro branco que, segundo testemunhas, foi confundido com um veículo da mesma cor que passou momentos antes.
Da Redação Fato Regional com informações da Agência Estado