A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (24), a Operação Panaceia – Fase 2, para combater desvio de medicamentos e de teste de diagnósticos para Covid-19, além do uso indevido de serviços públicos de saúde, no município de Oiapoque, norte do Amapá, fronteira com a Guiana Francesa.
Cerca de 15 policiais federais deram cumprimento a três mandados de busca e apreensão em residências de servidores públicos da Prefeitura do Oiapoque. A prefeita do município, Maria Orlanda (PSDB) fica afastada de suas funções como medida cautelar, além da proibição de acessar qualquer prédio público e não poder ter contato com outros dois investigados. Todos os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília
Logo após a primeira fase da operação (14), a prefeitura divulgou nota de esclarecimento afirmando que os testes e outros equipamentos aprendidos, posteriormente avaliados em mais de R$ 6 mil, pertenciam ao Centro de Pesquisa Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (Epicovid-19), que coordena estudo para medir a prevalência do coronavírus, com recursos do Ministério da Saúde (MS).
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A coordenação da pesquisa confirmou a versão divulgada em nota pela prefeitura. No entanto as investigações apontaram que parte dos testes foi desviada pela própria equipe local de pesquisa, em conjunto com servidores públicos do município e que também houve direcionamento, com indicação pelas autoridades locais, de quem deveria ser submetido aos testes.
A Polícia Federal esclarece que, até o momento, não há evidências de que a pesquisa realizada esteja prejudicada por não observar seus critérios metodológicos.
As investigações ainda apuraram a compra de bens de uso particular, ao menos três bolsas femininas no valor total de R$ 4,8 mil, por meio de transferências da conta bancária da própria prefeitura de Oiapoque. Durante as buscas as bolsas foram apreendidas.
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Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de responsabilidade aplicadas a prefeitos e vereadores, como apropriar-se de bens públicos ou desviá-los e utilizar-se, indevidamente, de bens ou serviços públicos. Se condenados, os investigados poderão cumprir pena de até 24 anos de reclusão.
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Fonte: G1 AP