O procurador de Justiça Ricardo Albuquerque, afastado após polêmica fala sobre índios e escravos, usou o seu perfil nas redes sociais, na noite da quinta-feira (28), para compartilhar um pedido de desculpas sobre as críticas que tem recebido quando falou, durante uma palestra para estudantes universitários, que “o problema da escravidão foi porque índio não gosta de trabalhar”.
Até a publicação da matéria, porém, o pedido de desculpas estava restrito aos amigos e seguidores no perfil das redes sociais do procurador, que confirmou à reportagem, por telefone, que o documento era verdadeiro.
Em sessão extraordinária, na manhã desta quinta-feira (28), o Colégio de Procuradores de Justiça do Ministério Público do Pará (MPPA) decidiu, por unanimidade, pela instauração de um Processo Administrativo para apurar se a conduta do procurador foi compatível ou não com o exercício do cargo de ouvidor-geral, conforme disposto no art. 4º, parágrafo 7º, da Lei Estadual 6.849/2006, de 2 de maio de 2006, para decidir se ele deve ou permanecer no cargo.
No pedido de desculpas, Ricardo Albuquerque diz que “com intuito de não causar qualquer embaraço à instituição Ministério Público”, decidiu protocolar o pedido de afastamento do cargo de Ouvidor-Geral do MPPA e que não teve “a intenção de ofender qualquer grupo social ou etnia”.
Albuquerque finaliza dizendo que o trecho que vazou “não reflete a temática abordada durante o evento”, tampouco sua atuação enquanto membro do MPPA, “e muito menos o pensamento do cidadão Ricardo Albuquerque, que sempre teve a imparcialidade e o respeito aos princípios democráticos como base de sua conduta ética e moral”.
Fonte: O Liberal