Projeto da Polícia Federal, UFPA e UFSC cria biocombustível a partir de maconha apreendida

O experimento é uma iniciativa inovadora para gerar energia renovável na cidade que receberá a COP30. Também gera economia para a administração pública, ao diminuir o tamanho dos locais de armazenamento e de logística dos materiais apreendidos, além de reduzir o risco de casos de invasão de delegacias para o resgate de drogas
Os diferentes produtos já extraídos da maconha apreendida pela Polícia Federal e que possuem diferentes aplicações ainda sob estudo (Foto: Ascom PF do Pará)

A Polícia Federal comemora 81 anos de criação nesta sexta-feira (28) e, como uma das programações alusivas ao aniversário, a PF no Pará apresenta um projeto de geração de biocombustível utilizando maconha apreendida como matéria-prima. O estudo, intitulado “Projeto Cannabiocombustível”, foi realizado com o apoio das Universidades Federais do Pará e de Santa Catarina (UFPA e UFSC).

O processo, como informa a Polícia Federal, na nota sobre a apresentação do projeto, produz, ainda, “…um biocarvão extremamente poroso que pode servir para despoluição de águas residuais ou como fertilizante, além de um condensado aquoso (vinagre pirolítico) que pode servir como conservante de alimentos ou fungicida”. Os estudos foram iniciados há dois anos e estão em etapa inicial.

Antônio Canelas, perito criminal da PF, explica que o reator já tem produzido bio-óleo que pode ser destilado para gerar gasolina, diesel e querosene verdes. O estudo, entretanto, está em fase de ajuste do processo para se chegar ao método mais eficaz de gerar o combustível com melhor rendimento e qualidade. Ainda não é possível esgotar as aplicações dos produtos gerados no processo de ruptura da estrutura molecular original da maconha.

Acredita-se que com o avançar do projeto, será possível, inclusive, descobrir propriedades medicinais desse bio-óleo, após análise laboratorial. O experimento é uma iniciativa inovadora para gerar energia renovável na cidade que receberá a COP30. E ainda gera economia para a administração pública, ao diminuir o tamanho dos locais de armazenamento e de logística dos materiais apreendidos; diminui casos de invasão de delegacias para o resgate de drogas; e evita a mobilização de grande aparato policial para conduzir operações de incineração.

O estudo realizado em Laboratório da Superintendência da Polícia Federal no Pará visa gerar combustível verde a partir de reciclagem de drogas. No processo, a temperatura pode atingir 500ºC e, após implementado, a depender do tamanho do reator, pode processar mais de 1000 quilos da droga em 24 horas. O trabalho tem participação do Prof. Dr. Nélio Teixeira (UFPA) e dos professores Dr. Adriano da Silva e Dra. Ana Immichi Bueno (UFSC).

(VICTOR FURTADO, da Redação do Fato Regional, com informações da PF)


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