quarta-feira, 15 de maio de 2024

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Projeto de lei pode reduzir tempo de espera por exames para pacientes com câncer no Pará

Apesar do número de mamografia ter aumentado 3,17% no Pará, comparado aos nove primeiros meses de 2018, o câncer de mama ainda mata centenas de mulheres no Pará.

Um projeto, prestes a se tornar lei, pode reduzir de 60 para 30 dias o tempo de espera por exames para pacientes de câncer. No Pará, ainda é grande o drama de pacientes que esperam até meses por um diagnóstico.

Na quarta, o Senado aprovou projeto de lei que estabelece o prazo de 30 para a realização de exames de câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Se o projeto foi aprovado pelo presidente Jair Bolsonaro, a determinação pode ajudar a salvar centenas de vidas.

“Isso vai fazer completa diferente, mas também a gente tem que lembrar que é preciso o diagnóstico e o tratamento, todo o suporte”, disse o oncologista Sandro Cavallero.

Apesar do número de mamografia ter aumentado 3,17% no Pará, comparado aos nove primeiros meses de 2018, o câncer de mama ainda mata centenas de mulheres no Pará. Em 2019, foram 18.417 mamografias e em 2018, 17.851. Já o número de mortes saiu de 349 em 2018 para 227 em 2019, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

A costureira Socorro Lima foi parar no hospital, há quatro anos, com sintomas de infecção urinária. À época, ela ficou internada e fez cirurgia para retirada de mioma. Em seguida, começou a ter sangramentos e resolveu procurar outro médico, quando descobriu que, na verdade, tinha câncer de cólo de útero. O erro no primeiro diagnóstico e a demora para conseguir exames na rede pública atrasaram o tratamento em sete meses e podem ter atrapalhado o processo de cura.

Recentemente, Socorro descobriu dois nódulos no pulmão, que podem ser sinal de que a doença tenha se espalhado pelo corpo. Ela já começou a fazer tratamento de quimioterapia, mas precisa de um pneumologista. Até lá, ela vive um sacrifício para conseguir uma consulta. “Eu vou domingo à tarde porque desde às 16h já tem gente na fila. E eu vou ver, se eu chegar e pelo menos duas pessoas já estiverem lá, eu não tenho como ficar, aí eu volto na outra semana”, contou.

Há quatro anos, Josy Damasceno descobriu que tem câncer de mama metástico, quando as células cancerígenas atingem outros órgãos do corpo. Ela faz quimioterapia desde então, mas diferente da maioria tem plano de saúde. Ela decidiu criar o grupo de apoio Laços de Amor para levar informações a outros pacientes.

“A gente não tem muito acesso aos hospitais públicos, mas muitos membros do grupo, que são pacientes desses hospitais, reclamam da no atendimento, na marcação de consulta. Tem alguns que falam em cinco a seis meses de demora para o exame de imagem ser entregue”, disse Josy.

O diagnóstico precoce do câncer de mama em uma mulher, por exemplo, pode apresentar 98,8% de possibilidade de cura. Em estágio avançado, a porcentagem cai para 27,5%, de acordo com o Serviço de Vigilância Epidemiológica dos Estados Unidos (SEER).

Em nota, a Sespa disse que possui capacidade de 350 mil mamografias por ano e que monitora e cobra das instituições conveniadas ao SUS o cumprimento da lei, que estabelece 60 dias entre diagnóstico e início do tratamento para pacientes com câncer de mama.

Fonte: G1 Pará