A Universidade Federal do Pará (UFPA) aprovou o edital que oferta 374 vagas para estrangeiros nos 187 cursos dos campi da instituição. O Processo Seletivo Especial (PSE) Migre é voltado para refugiados, asilados, apátridas e vítimas de tráfico ou com visto humanitário.
Segundo a instituição, é a primeira vez que terá uma seleção específica para estudantes estrangeiros em condição de vulnerabilidade. O processo foi aprovado pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) nesta quarta-feira (23).
Para participar da seleção, os candidatos precisam comprovar fazer parte de grupo beneficiado e o concurso não terá exame específico. O certame deve funcionar com base na análise documental realizada por comissão especial nomeada pela universidade e não haverá prova. Quem concluiu o ensino médio ou cursou o ensino superior no Brasil não poderá se candidatar às vagas.
A antropóloga Jane Beltrão analisou e emitiu o parecer teórico sobre o edital. Para ela, esse tipo de vestibular pode promover a prática humanitária e a afastar a xenofobia, preconceito, discriminação e racismo. “O mais importante agora é divulgar esse processo seletivo”, afirmou.
A iniciativa é da reitoria da UFPA, elaborada em conjunto com a Assessoria de Diversidade e Inclusão Social (Adis), órgão que deve acompanhar as etapas do concurso.
A pesquisadora Zélia Amador, gestora da Adis, comentou sobre a importância do novo sistema. “A gente continua na luta pela inclusão porque a sociedade precisa disso e ainda temos muito o que avançar em relação à própria concepção de inclusão. Não é suficiente trazer as pessoas para dentro da universidade, é preciso trazer também os saberes delas”.
Após a aprovação, o edital deve ser encaminhado para publicação no Centro de Processos Seletivos da UFPA, que deve criar um cronograma para inscrição e entrega de documentos. No total, agora a UFPA conta com oito processos seletivos para ingresso em 2020.
Fonte: G1 Pará