A pandemia de covid-19, causada pelo coronavírus sars-cov-2, trouxe um desafio a mais para os paraenses, que aguardam o mês de outubro por causa do Círio de Nazaré. Vai ter Círio, mas de um jeito diferente demais: não haverá procissões nas ruas — ao menos não oficialmente. Por outro lado, mesmo que fora das tradições, o período de espiritualidade e fé ampliadas podem ajudar a passar pelos desafios que a doença trouxe ao planeta.
Em tempos de incerteza e dificuldades, a fé e a espiritualidade são aliadas para o enfrentamento dos medos, como analisa a psicóloga Suellen Saraiva, do Hapvida. A fé influencia na saúde e no desenvolvimento psicológico das pessoas. Suellen explica que, como seres “desejantes”, há sempre um vazio muito grande na essência de seres humanos. A fé vem para preencher esse vazio.
Ainda na opinião da psicóloga, ter fé ajuda o ser humano a acreditar e a não desistir. “Independente do momento que a pessoa esteja vivendo, acreditar em algo ajuda a superar e a tirar aspectos positivos de aprendizado das situações difíceis. Por isso, a fé e a espiritualidade são tão importantes para o processo de saúde mental. A fé é instrumento da espiritualidade. Ter fé na vida é acreditar na vida, nas pessoas e em nós mesmos”, observa.
Fé e religiosidade, diz Suellen são diferentes. “A fé e a espiritualidade são sentimentos e emoções positivas. A religiosidade é a forma que o ser humano encontra de expressar a fé. Então, independente da nomenclatura do poder superior, é importante nutrir a espiritualidade. A fé ajuda a equilibrar a ansiedade, o estresse, o nervosismo e os pensamentos negativos. É por isso que a fé influencia sim na saúde, não só da mente, mas muitas vezes do corpo também”, explica.
“O conceito de saúde, hoje, é mais integrado, entre mente e corpo. Por isso, mais do que nunca, se fala tanto em saúde mental. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde considera o ser humano como biopsicossocial e espiritual, ou seja, entende a espiritualidade como parte fundamental e constituinte do ser humano. A fé, normalmente, traz sentimentos positivos como gratidão, esperança… principalmente neste momento difícil de pandemia, a fé ajuda a enfrentar desafios e a ser resilientes, acreditar que as coisas vão passar e que há sempre a possibilidade de uma vida melhor”, afirma Suellen.
Então, com ou sem Círio nas ruas, a psicóloga destaca que esse momento que chega aos paraenses a cada outubro, é uma oportunidade de renovar a fé e cuidar da saúde física e mental. “Nesta época de Círio de Nazaré, em Belém, um evento de fé tão grande e comovente, vemos a fé sendo renovada. Especificamente, o Círio deste ano é muito significativo, porque será de uma forma diferente para os paraenses, que terão de se adaptar”, conclui.
(Da Redação Fato Regional, com informações do Hapvida)