domingo, 12 de maio de 2024

FALE COM FATO REGIONAL

Envie Notícias, Fotos e Sugestões

FALE COM FATO REGIONAL

Envie Notícias, Fotos e Sugestões

Reinfecção pela covid-19 ocorre também na Bélgica e na Holanda

Existem pelo menos 16 possíveis casos em investigação pela USP, mais 4 no Rio de Janeiro monitorados pela Fiocruz.
Foto : NIAID

Um dia depois do anúncio, em Hong Kong, do primeiro caso confirmado oficialmente de alguém ser reinfectado pelo coronavírus, a TV holandesa NOS informou ontem que dois pacientes, um na Bélgica e outro na Holanda, também deram positivo para o teste, depois de terem sido curados.

A virologista Marion Koopmans, citada pela emissora, disse que o paciente holandês era uma pessoa idosa com sistema imunológico enfraquecido. O que se sabia, até aqui, observou a médica, era de casos em que os pacientes permanecem infectados com o vírus por um longo tempo, com melhoras e pioras. Mas uma reinfecção, como nos casos holandês, belga e chinês, requer teste genético do vírus na primeira e segunda infecção, para ver se as duas cepas diferem uma da outra.

Apesar disso, Marion disse que reinfecções já eram esperadas. “Que alguém apareça com uma reinfecção, não me deixa nervosa. Temos de ver com que frequência isso acontece”, ponderou.

No primeiro caso divulgado, um homem de Hong Kong, de 33 anos, recebeu alta após ser curado do vírus em abril, mas, no início deste mês, testou positivo novamente, após retornar da Espanha. Pensou-se que ele poderia ser um “portador persistente” do SARS-CoV-2 – o vírus causador da covid-19 – ,mas as sequências genéticas das cepas de vírus contraídas pelo homem em abril e agosto “são claramente diferentes”. Essa descoberta pode ser um retrocesso para quem baseia sua estratégia contra a pandemia na suposta imunidade obtida após a transmissão da doença.

“A segunda infecção foi completamente assintomática – o sistema imune dele preveniu que a doença se agravasse”, afirmou ao The New York Times Akiko Iwasaki, imunologista da Universidade de Yale que analisou o caso a pedido do jornal.

A líder técnica da resposta à pandemia da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, comentou o caso na segunda, durante coletiva de imprensa. “Não precisamos tirar conclusões precipitadas, mesmo que este seja o primeiro caso de reinfecção documentado.” Ela acrescentou que embora a reinfecção seja possível, ainda não há estudos conclusivos quanto à duração da imunidade ao SARS-CoV-2.

Há em todo o mundo, sob investigação, vários casos de pessoas que se curaram, mas voltaram a testar positivo tempos depois. A reincidência poderia indicar reinfecção ou retorno da mesma infecção após um período de latência. Existem pelo menos 16 possíveis casos em investigação pela USP, mais 4 no Rio de Janeiro monitorados pela Fiocruz. O primeiro caso reportado pela USP, no início de agosto, foi de uma técnica em enfermagem de 24 anos que voltou a ter sintomas pouco mais de um mês após testar positivo.

O vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, declarou ontem que os casos de reinfecção podem ter ocorrido por particularidade no sistema imunológico dos pacientes. “Temos mais de 23 milhões de casos de covid-19 e somente dois ou três registrados como reinfecção. Precisamos compreender melhor o que aconteceu”, disse ele, em coletiva do braço das Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele acrescentou que, embora as reinfecções também possam estar relacionadas a mudanças no vírus, nem todas as mutações causam aumento da gravidade da doença.

 

 

Fonte: Agencia Estado