sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Relatora da CPI das Fake News pede investigação sobre Hans por falso testemunho

River foi ouvido na terça (11) pela comissão e insultou a jornalista Patrícia Campos Mello

A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), pediu ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, abertura de uma investigação contra Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows, por falso testemunho em depoimento prestado ao colegiado.

River foi ouvido na terça-feira, 11, pela comissão e insultou a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo. Nascimento disse que a jornalista “queria sair” com ele em troca de informações para uma reportagem.

No pedido, a deputada Lídice da Mata diz que Nascimento apresentou diversas informações que, posteriormente, “viriam a se mostrar inconsistentes ou inverídicas”.

No dia seguinte ao depoimento de Nascimento, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), escreveu em publicação no Twitter: “Falso testemunho, difamação e sexismo têm de ser punidos no rigor da lei”. “Atacar a imprensa com acusações falsas de caráter sexual é baixaria com características de difamação”, afirmou Maia, pelo Twitter.

No mesmo dia do depoimento, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) replicou as acusações de River no plenário da Câmara e em seu Twitter. “Eu não duvido que a senhora Patrícia Campos Mello, jornalista da Folha, possa ter se insinuado sexualmente, como disse o senhor Hans, em troca de informações para tentar prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro”, disse o parlamentar, filho “03” do presidente da República.

Reação de jornalistas e associações

As falas de Nascimento e Eduardo foram repudiadas por associações de jornalistas. Mais de 2,4 mil mulheres jornalistas assinaram na quarta-feira, 12, manifesto de apoio à repórter Patrícia Campos Mello.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também repudiou as “alegações difamatórias” de Eduardo. “É assustador que um agente público use seu canal de comunicação para atacar jornalistas cujas reportagens trazem informações que o desagradam, sobretudo apelando ao machismo e à misoginia”, disse a Abraji.

Disparos


O episódio fez com que Patrícia fosse alvo de ofensas machistas nas redes sociais. Em 2018, ela publicou uma série de reportagens sobre a ação de empresas que faziam disparos em massa de mensagens por WhatsApp para influenciar o voto nas eleições presidenciais. A Yacows era uma delas.

 

Fonte: Agência Estado