domingo, 19 de maio de 2024

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Saiba o que Lula deve discutir com o premiê do Reino Unido

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Hoje, 5, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak. A programação faz parte da visita oficial de dois dias de Lula a Londres, para participar da solenidade de coroação do rei Charles III, que acontecerá no sábado, 6. O encontro com Sunak será às 16h (12h no horário de Brasília), na residência oficial de governo, em Downing Street. É esperado que os dois líderes discutirão temas ligados a mudanças climáticas, guerra na Ucrânia, comércio bilateral e tributação.

Embora não haja previsão de assinatura de tratados bilaterais, os dois chefes de Estado devem reforçar parcerias já existentes entre os países. A abertura na agenda do premiê é uma sinalização da importância do Brasil para a diplomacia britânica, às vésperas de um dos momentos mais solenes do país. Após a reunião, Lula seguirá para o Palácio de Buckingham, onde será recepcionado para um jantar com a presença de outras autoridades convidadas para a coroação de Charles III.

Clima e guerra

A pauta ambiental tem sido a tônica de Londres na nova aproximação com o Brasil, e deverá ser o ponto central das discussões entre os dois líderes. Tema histórico de atuação do rei Charles III, o assunto foi o fio condutor de conversas anteriores de Lula, tanto com o monarca quanto com o primeiro-ministro. Em ligações telefônicas, os chefes de Estado e de governo da Inglaterra reforçaram a preocupação dos britânicos com a conservação da Floresta Amazônica e propostas brasileiras para frear as mudanças climáticas. As medidas para transição energética também figuram na lista de prioridades. O Brasil é, atualmente, o quarto maior destinatário de recursos do International Climate Finance (ICF), principal instrumento britânico para financiar projetos na área, com programas que, de acordo com a contabilidade britânica, envolvem 260 milhões de libras (R$ 1,4 bilhão).

O Reino Unido já indicou que poderá participar do Fundo Amazônia, montante financiado por países estrangeiros para proteger o bioma. Sunak também deve confirmar que os britânicos vão apoiar a candidatura do Brasil para sediar a COP-30 em 2025, na cidade de Belém (PA).

O representante britânico deve reforçar ainda o apoio à candidatura brasileira a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Lula, por sua vez, deve defender a proposta para a criação de um comitê com objetivo de negociar o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O Reino Unido é o segundo país que mais contribui com o lado ucraniano dos confrontos, e mantém uma postura muito dura com relação a Moscou. Desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, o governo da Grã Bretanha enviou mais de 2,3 bilhões de libras (R$ 14,4 bilhões) em ajuda militar à Kiev.


Balança comercial e investimentos

Em 2022, o comércio bilateral entre o Brasil e o Reino Unido foi de US$ 6,5 bilhões, com aumento de 15% em relação ao ano anterior. O país europeu figura em 20º lugar no ranking de destino de exportações brasileiras e no 20º lugar no ranking das importações. Os fluxos de investimentos britânicos para o Brasil mantêm-se elevados e destinam-se, sobretudo, ao setor de óleo e gás. Já o estoque total de investimentos britânicos no Brasil concentra-se nos setores extrativo, financeiro e de transportes. No entanto, segundo os dois lados, há muito espaço para a ampliação das relações bilaterais. No campo da ciência e tecnologia, os governos também articulam a criação do Diálogo Estratégico Brasil-Reino Unido em Ciência, Tecnologia e Inovação, com foco na dinamização da cooperação dos dois países na área.

Com informações do Metrópoles