sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Seis policiais militares são presos suspeitos de integrar milícias em Belém. Vereador é procurado

Três acusados ainda estão foragidos, entre eles Hugo Atayde, vereador em Ananindeua
Wesley Costa/Diário do Pará

Seis policiais militares foram presos na manhã desta quinta-feira (19), suspeitos de integrar grupos de extermínios e milícias que atuavam na Região Metropolitana de Belém. As prisões dos PM’s foram efetuadas durante a Operação Anonymous II, deflagrada pela Polícia Civil. Ao todo, foram cumpridos, desde o final da madrugada, nove mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão. 

Os seis policiais presos são: tenente-coronel Marcelo Prata, ex-comandante do 5° Batalhão, sediado em Castanhal, no nordeste do Pará; o soldado Paulo Henrique Dias Barros; a cabo Erika Pantoja Carneiro da Silva, da Diretoria de Pessoal; o cabo Thiago Costa Vetillo; o sargento Arthur Rinaldo Cordeiro dos Santos; e o soldado Leonardo Machado santos.


Os policiais presos na manhã desta quinta-feira. Três acusados ainda estão foragidos.Os policiais presos na manhã desta quinta-feira. Três acusados ainda estão foragidos. (Divulgação)

Além dos seis PM’s presos, ainda há três foragidos – um policial militar e duas pessoas não policiais – acusados de participar de grupos apontados como responsáveis por diversos homicídios ocorridos em Belém, Ananindeua e Marituba. Um dos foragidos é o vereador do município de Ananindeua, o advogado Hugo Atayde (PSDB), que também é ex-diretor da  Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (Semutran). O segundo suspeito, que ainda está sendo procurado pela Polícia Civil, é um agente de trânsito da Semutran e o terceiro fugitivo também pertence à PM.

A cabo Erika Pantoja foi apontada como a proprietária de um veículo de cor prata que teria sido utilizado em praticas de homicídios registrados na Grande Belém. Ela já havia sido presa em março deste ano, durante a primeira fase da Operação Anonymous, deflagrada no dia 18.

Já o sargento  Arthur Rinaldo foi preso pela terceira vez este ano. Em agosto, ele foi detido pela Divisão de Homicídios, com apoio da Divisão de Crimes Funcionais (DECRIF) e da Corregedoria da Polícia Militar, sob acusação de homicídio qualificado, associação criminosa e fraude processual. Em março deste ano, o policial militar também foi preso temporariamente durante a Operação Anonymous I. As investigações apontaram indícios da participação dele na morte do rodoviário José Andreci de Souza, assassinado na noite do dia 12 de junho de 2018, na BR 316, em frente à Unidade de Pronto Atendimento de Marituba, município da Região Metropolitana de Belém, quando descia do ônibus da empresa onde trabalhava e dirigia-se à sua residência. A vítima foi abordada por dois homens numa motocicleta e alvejada na cabeça, sem chance de defesa.

De acordo com a Polícia Civil, a atuação dos grupos de extermínio, em sua grande maioria formados por agentes de segurança pública, é responsável por um elevado número de homicídios ocorridos nas periferias de Belém, Ananindeua e Marituba.

Durante cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foi encontrado um verdeiro arsenal. Muitas armas de fogo, pentes, munições, coletes balísticos, diversos aparelhos celular, computadores, um drone, cadernos de anotações, um simulacro de arma de fogo, cartuchos cheios e deflagrados, dentre outros objetos de origem ainda suspeita foram achados no decorrer da varredura policial. “O escopo desta operação, pontualmente, é combater o crime de homicídio, e por conseguinte, a autoria imediata ou mediata desses crimes. Com o material apreendido, nós vamos fazer o gotejo com outros crimes de homicídio que aconteceram e verificar eventualmente se uma dessas armas fora utilizada em outros homicídios ou munições etc. As investigações continuam. Reiterando que o material apreendido, se por ventura nós tivermos que lincar com outros crimes, outros desdobramentos, outras operações irão acontecer”, explicou o delegado geral da Polícia Civil, Alberto Teixeira.

Os acusados estão à disposição da Justiça. A operação contou com cerca de 70 policiais, entre civis e militares.

PRIMEIRA FASE
A operação Anonymus I deu cumprimento a 29 mandados expedidos pelo Poder Judiciário. Deles, 19 foram de busca e apreensão e 10 de prisão de policiais militares na ativa na Polícia Militar. Além dos militares presos, um servidor civil também foi detido, por vazar informações da operação. À época, o delegado geral da Polícia Civil disse que os policiais militares presos faziam parte de três organizações criminosas distintas que atuavam na RMB. Esses grupos estariam envolvidos com a prática de seis execuções e emissão de informações privilegiadas.

Fonte: Olieral.com