Na última terça-feira, 4, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) enviou um requerimento para abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra os métodos de apuração das pesquisas eleitorais dos principais institutos brasileiros. O parlamentar afirma que a Comissão seria necessária para “aferir as causas das expressivas discrepâncias entre as referências prognósticas, principalmente de curtíssimo prazo, e os resultados apurados”.
Um dos principais argumentos do senador é que as últimas pesquisas presidenciais de institutos como Datafolha, Ipec e Quaest até o sábado, dia 1 de setembro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha de 49% a 51% das intenções de votos válidos, ou seja, excluindo brancos e nulos. De acordo com a margem de erro, que é de dois pontos percentuais nos três estudos, o petista podia ter de 47% a 53% nas urnas no domingo. Lula obteve 48,43%, portanto dentro da margem de erro. Porém, o desempenho do presidente e candidato a reeleição Jair Bolsonaro (PL), não foi previsto pelas sondagens. Os últimos levantamentos dos três institutos variavam de 36% e 39% das intenções, mas na prática, Bolsonaro obteve 43,2% dos votos.
Marcos do Mal não é o único incomodado com a discrepância das pesquisas e o resultado prático, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), anunciou ontem, 4, que vai apresentar um projeto de lei para criminalizar o erro nas pesquisas e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que começaria a coletar assinaturas para abrir uma comissão para investigar os institutos de pesquisa ainda nesta semana.