Senador Renan Calheiros fala sobre plano de trabalho da CPI da covid-19

A comissão investigará possíveis omissões do governo federal diante do combate à pandemia de covid-19
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da covid-19, senador Renan Calheiros (MDB/AL), informou na noite de ontem, 29, o plano de trabalho do colegiado para os próximos passos da comissão.

De acordo com o senador, a comissão, que foi instalada na última terça-feira, 27, investigará possíveis omissões do governo federal diante do combate à pandemia de covid-19, além dos repasses de verbas federais aos Estados e Municípios.

Linhas gerais da investigação

Ações de enfrentamento à pandemia (vacinas e outras medidas para contenção do vírus):

– Isolamento social;

– aquisição e distribuição de vacinas e seus insumos (recusa e retardo de doses da CoronaVac e da Pfizer), bem como a execução de plano nacional de imunização contra a covid-19;

– aquisição e distribuição de testes diagnósticos;

– aquisição e distribuição de respiradores;

– estruturação e habilitação de leitos clínicos e de terapia intensiva (inclusive o fechamento de 4 mil leitos em hospitais federais do Rio de Janeiro);

– distribuição de meios para proteção individual, como máscaras e álcool gel (EPI);

– estratégia de comunicação oficial acerca das ações de combate à pandemia; uso do aplicativo TrateCOV;

– política externa para enfrentamento da pandemia (atuação em âmbito internacional, viagem a Israel e diplomacia das vacinas).

Assistência Farmacêutica (Insumos para tratamento de enfermos):

– Produção e distribuição de medicamentos sem eficácia comprovada (cloroquina) e definição de protocolo para adoção de “tratamento precoce” dadoença, inclusive com constrangimento para sua adoção;

– aquisição e distribuição de kit intubação;

– aquisição e distribuição de oxigênio medicinal;

– ausência ou retardo na aquisição de remédios com comprovação de eficácia;

– estruturas de Combate à Crise (Atribuição de responsabilidades e competências);

– colapso da saúde no Estado do Amazonas;

– ações de prevenção e atenção à saúde indígena e emprego de recursos federais.

– Estruturas de Combate à Crise (Atribuição de responsabilidades e competências);

Colapso da saúde no Estado do Amazonas:

– Falta de oxigênio e omissão de autoridades;

– emprego de verbas públicas e disseminação da variante P1.

Ações de prevenção e atenção à saúde indígena;

Emprego de recursos federais:

– De acordo com Renan Calheiros, serão investigados os critérios de repasse de recursos federais para estados e municípios;

– fiscalização de contratos firmados pelo Ministério da Saúde e ações de preservação de emprego e renda (auxílio emergencial, entre outros).

Na coletiva de imprensa realizada nesta quinta, 29, Calheiros ressaltou que o plano de trabalho não será submetido para apreciação da comissão, “porque ele apenas sistematiza e não fecha portas em nenhuma direção”.

Segundo o senador, a comissão ouvirá, durante a primeira fase, os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello e o atual, Marcelo Queiroga, além do diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Calheiros explicou que os depoimentos serão na condição de testemunha e tem como objetivo, traçar um panorama da situação com finalidade de identificar os fatos e ações relevantes.

Já na segunda fase, a comissão buscará informações para subsidiar a apuração, através de requerimentos de informações.

“Ao final dos trabalhos, a CPI apresentará seu relatório, onde espera elucidar os fatos e, se for o caso, identificar as autoridades que agiram à margem da lei, encaminhando suas conclusões às autoridades competentes para apuração”, disse o relator.

Subrelatorias

Ontem, 28, os senadores governistas Eduardo Girão (Podemos-CE), Marcos Rogério (DEM-RO) e Jorginho Mello (PL-SC) acionaram o STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo que o senador alagoano seja retirado da relatoria. O argumento usado é de que o mesmo é relator é pai do governador de Alagoas, Renan Filho, e fere os princípios da moralidade e da impessoalidade.

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, negou a liminar e manteve Calheiros como relator da CPI.

Calheiros já havia se declarado parcial para analisar qualquer tema que envolva o Estado na CPI e também estudava a possibilidade de uma subrelatoria, caso a matéria abordasse Alagoas. O senador tornou a comentar sobre a questão e falou que a função só será criada caso seja essencial. “As subrelatorias existirão na medida de suas necessidades. Se não for necessário, se a investigação puder ser feita pela comissão, pela totalidade da comissão, será. Mas se for necessário criar adiante uma subrelatoria nós vamos criar”, afirmou.


“O problema da subrelatoria é ficção. Houve uma tentativa de dispersão do foco da CPI. É isso que precisamos observar. O que é que a sociedade vai entender se nós errarmos a mão na investigação? Se nós investigarmos menos do que o fato determinado ou mais? É essa a responsabilidade que todos nós vamos ter que conduzir”, completou.

 

Com informações do R7

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