domingo, 28 de abril de 2024

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Só três meses à frente do cargo, presidente do ICMBio é exonerado

O ambientalista Adalberto Eberhard pediu demissão após pouco mais de três meses à frente do cargo. Saída ocorre em meio a ameaça do ministro do Meio Ambiente de abrir processo administrativo contra servidores e de fundir o ICMBio ao Ibama.
O ambientalista Adalberto Eberhard pediu demissão do cargo de presidente do ICMBio. — Foto: Ramila Rodrigues/ICMBio/Divulgação

O ambientalista Adalberto Eberhard pediu demissão do cargo de presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) após pouco mais de três meses à frente da instituição. A exoneração, a pedido, está registrada no Diário Oficial da União desta terça-feira (16).

A demissão ocorre após Eberhard acompanhar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em uma agenda no Rio Grande do Sul. Lá, Salles ameaçou abrir processo administrativo contra servidores do instituto que não haviam comparecido ao evento. Eberhard também seria crítico, segundo o jornal O Globo, à tentativa de fusão do ICMBio e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).

A ideia, que havia sido estudada em dezembro durante o governo de transição, mas descartada após críticas de ambientalistas, voltou a ser cogitada por Salles um dia após a demissão do ambientalista, de acordo com a colunista do G1 Andreia Sadi.

Os dois órgãos são vinculados ao Ministério do Meio Ambiente. O ICMBio é responsável por 335 unidades de conservação federais, distribuídas em todos os biomas do país (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Marinho). Já o Ibama tem entre as atribuições o poder de polícia ambiental, o trabalho de fiscalização e a execução de política relativas ao licenciamento ambiental e à autorização de uso dos recursos naturais.

Eberhard anunciou que deixa o cargo por “motivos pessoais” e agradeceu ao ministro pela “oportunidade e toda a confiança em mim depositada”.

Processo administrativo contra servidores do ICMBio

De acordo com o jornal O Globo, Eberhard acompanhou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na semana passada em uma visita a quatro unidades de conservação no Rio Grande do Sul.

Em um dos eventos, Salles afirmou que abriria processo administrativo contra os servidores que não tivessem ido acompanhar a visita dele na cidade de Tavares (RS). A sede do instituto na região fica em uma cidade próxima, Mostarda (RS).

“Gostaria que os servidores do ICMBio viessem aqui participar conosco. Não tem nenhum funcionário? Na presença do ministro do Meio Ambiente e do presidente do ICMBio, não há nenhum funcionário aqui, embora tenham nos esperado lá em Mostardas. Determino a abertura de processo administrativo disciplinar contra todos os funcionários” afirmou.

Ainda de acordo com o jornal O Globo, entre os principais articuladores da visita do ministro ao Sul está o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que é membro da Frente Parlamentar da Agropecuária e em 2016, quando era deputado federal, votou a favor de uma medida provisória que facilitou a regularização de terras ocupadas, que ficou conhecida como a MP da Grilagem. Além disso, apoiou um relatório que aumentou a área desprotegida de um parque nacional do Pará.

Fonte: G1