Sul do Pará pode ser atingido por novas rajadas de ventos fortes, diz meteorologista do Inmet

As análises de José Raimundo Abreu foram feitas, com exclusividade, ao Fato Regional, observando imagens de satélite, sistemas do Inmet e dados da estação meteorológica mais próxima de Ourilândia do Norte, que fica em São Félix do Xingu. A constatação é de que os fenômenos podem se repetir e a população e o poder público devem ficar atentos.
O rastro de destruição deixado pelos ventos fortes do final de semana, em Ourilândia do Norte, inspiram atenção à possibilidade de mais estragos em caso de novas tempestades (Foto: Wesley Costa / Fato Regional)

No domingo (16), Ourilândia do Norte pode ter sido atingida por rajadas de ventos fortes, que pode ter chegado a 60 km/h ou mais. Partes do município tiveram um rastro de destruição. São Félix do Xingu também foi impactada, mas os ventos chegaram a cerca de 40 km/h. Esse foi o resultado de um processo de transição climática. Fenômenos como o do final de semana ainda podem ocorrer novamente nos próximos dias, como aponta José Raimundo Abreu, especialista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Ventos podem ser classificados de acordo com a velocidade registrada. Os riscos aumentam e o nível de estragos escala proporcionalmente com o aumento da velocidade. Entre 40 km/h e 50 km/h, já se trata de algo com riscos  para pessoas a pé ou de moto e carros mais leves. A partir de 60 km/h, já há potencial de danos em algumas estruturas e vegetação de grande porte.

Veja mais imagens dos fortes ventos que provocaram estragos em Ourilândia do Norte

O meteorologista José Raimundo Abreu explica que março ainda é um mês muito chuvoso para o Sul do Pará. E como ele havia adiantado ao Fato Regional, em entrevista concedida em 2024, o inverno na região seria rigoroso até este ano. Seria um período de chuva intensa, ventos fortes e possibilidades de raios. Moradores dos municípios que fazem parte da Região de Integração do Araguaia têm constatado que isso se concretizou. Alagamentos graves em São Félix do Xingu – que levaram a cidade à situação de emergência -, a força da água que rompeu a BR-155 e as rajadas de vento em Ourilândia são exemplos.

“Esses ventos fortes são o resultado de um período ainda muito chuvoso. A umidade em contato com o aquecimento, nesse período de transição para o fim do inverno, e provoca a formação de nuvens do tipo cumulonimbus, que estão associadas a tempestades com raios, granizo, ventos fortes e chuva intensa. Então sim, moradores de Ourilândia e municípios da região devem seguir atentos para a possibilidade de novas rajadas de ventos fortes, que podem ir até 60 km/h ou mais”, explicou o meteorologista ao Fato Regional.

Casas destelhadas, paredes desabadas, árvores caídas e interrupção de serviços de energia elétrica e internet, foram os resultados de uma forte chuva rápida com ventania, que ocorreu na cidade de Ourilândia no domingo (Foto: Wesley Costa / Fato Regional) 

As análises de José Raimundo Abreu foram feitas, com exclusividade, ao Fato Regional, observando imagens de satélite, sistemas do Inmet e dados da estação meteorológica mais próxima de Ourilândia do Norte, que fica em São Félix do Xingu. O meteorologista afirma que o Inmet segue monitorando o clima na região. Os órgãos municipais de Defesa Civil podem acompanhar todos os boletins e alertas meteorológicos emitidos, diariamente, pelo instituto. Dessa forma, podem fazer planejamentos e preparação para dar resposta caso necessário.

(VICTOR FURTADO, da Redação do Fato Regional)


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