E quem também comemora aniversário nesta quarta-feira, 10, é a cidade de Tucumã, no sul do Pará. Atualmente administrada pelo prefeito Dr. Celso Lopes, o município de Tucumã fica localizada às margens da Rodovia PA-279 e cerca de 882 km de distância da capital paraense, Belém.
A extensão territorial do município de Tucumã, compreendendo 2.535,11 km² está toda inserida na área do já extinto Programa Grande Carajás. A sua população durante a década de 1980, cresceu consideravelmente estimulada por vários fatores, tais como, condições agroclimáticas favoráveis, exploração de madeira e extração do ouro. De 3 mil famílias assentadas em julho de 1981 pela Andrade Gutierrez, a população residente saltou para 21.738 habitantes em 1989. De acordo com o último dado divulgado pelo IBGE, em 2020, a cidade tinha cerca de 40.136 habitantes.
Tucumã forma com a cidade vizinha, Ourilândia do Norte, que também faz aniversário de 35 anos hoje, 10, a única área conturbada do sul do Pará.
Origem do nome da cidade
A etimologia da palavra Tucumã em tupi (tukumã) significa “fruto de planta espinhosa”. O fruto tucumã, às vezes chamado de tucum, é da espécie astrocaryum aculeatum e sua palmeira que chega a medir até 20 metros, geralmente solitária, de estipe com faixas de espinhos negros, folhas ascendentes, inflorescência ereta e frutos amarelos com tons avermelhados.
O local onde se fixou a sede de Tucumã era abundante desta palmeira. A CONSAG resolveu adotar a palmeira como símbolo da colonização e nomear o projeto agrícola de “Tucumã”.
O processo de ocupação da área onde foi implantado o Projeto Tucumã, teve origem a partir do projeto de colonização da empresa Andrade Gutierrez (CONSAG), vencedora da concorrência pública do Instituto Nacional de Reforma Agrária em 1978, na qual habilitava-se a realizar a colonização do Projeto Tucumã numa área correspondente a 400.000 hectares (contemplando também a construção de uma company town), de propriedade da União, na época localizado dentro do município de São Félix do Xingu. Essa área seria servida pela PA-279, construída pela Andrade Gutierrez, ligando o município de São Félix do Xingu à BR-155 e desta a BR-010 (rodovia Belém-Brasília), através da BR-222.
Economia
A economia de Tucumã está assentada basicamente no setor primário, especialmente sobre as atividades de agropecuária e extrativas vegetal e mineral.
Sabe-se que a prioridade do Projeto Tucumã ensejava o desenvolvimento da atividade agropecuária e para tanto recrutou colonos principalmente do sul do país, com vivência na exploração dessa atividade, influenciados pela divulgação que a Colonizadora Andrade Gutierrez (CONSAG) fazia da região. Nessa divulgação a empresa procurava induzir aos interessados de que além das excelentes condições agroclimáticas da região, encontrariam, já montada toda a infra-estrutura de apoio à produção agropecuária, trazida por estradas, alojamentos, armazéns, sementes e mudas, assistência técnica, escolas, saúde e outros.
Agropecuária e extrativismo
A situação do setor primário de Tucumã, não foi muito animadora logo após sua emancipação. Criado para ser um grande produtor agrícola, Tucumã, ao contrário disso, passou por sérias dificuldades para desenvolver sua agricultura. Dificuldade essa causada mais pela falta de apoio infra-estrutural do que pela força de vontade dos colonos, que não encontraram, quando lá chegaram, as condições propícias, necessárias.
Durante a década de 1990, o município esteve em uma situação muito adversa, traduzida na dificuldade de adaptação dos colonos, falta de transportes, de estradas com pavimentação asfáltica, e de doenças típicas da região. Entretanto a partir dos anos 2000, houve uma grande mudança estrutural na cadeia produtiva da região que se tornou uma grande produtora de arroz, cacau, café, feijão e milho, também sendo uma grande produtora de leite, aliada a expectativa de pavimentação asfáltica da PA-279, principal estrada de ligação do município com o Brasil.
Indústria, comércio e serviços
A produção industrial de Tucumã, durante as décadas de 1980 e 1990, gravitou essencialmente em torno da atividade madeireira. Em 1988, segundo a SEFA/PA, existiam cadastros de 17 estabelecimentos industriais, voltados para a exploração de madeira, não contabilizados os estabelecimentos irregulares. Essa atividade causou um grande prejuízo ecológico ao município, chegando a devastar áreas indígenas e de preservação ambiental. Contudo com a maior aplicabilidade da legislação ambiental a partir de meados da década de 2000, essas madeireiras e movelarias foram fechadas.
Os garimpos instalados no município de Tucumã trouxeram uma grande possibilidade de arrecadação de impostos e de vendas no comércio local. A exploração do garimpos em Tucumã e nos municípios vizinhos foi responsável por grande parte da renda gerada na atividade comercial, pois comercializa motores, bombas, mangueiras e outros equipamentos.
A indústria de lacticínios é uma atividade que cresce muito no município, devido à qualidade do rebanho pecuário e a dimensão da bacia leiteira local que é uma das maiores do Pará. Os laticínios do município estão entre os maiores e mais produtivos do Norte do Brasil, exportando todo o seu excedente para os mercados locais e para o exterior. A atividade frigorífica também é muito forte no município, com várias indústrias de outros estados do Brasil instaladas em Tucumã.
O processamento e beneficiamento de grãos, e das safras de cacau também são destaque junto à atividade agroindustrial do município. A grande produtividade marginal de cacau no município de Tucumã, sempre supera em produtividade marginal a produção na Bahia, que é de longe o maior produtor do país.
Mineração
A atividade garimpeira também garantiu uma renda substancial ao município nos primeiros anos após sua emancipação, contudo, a rápida exploração levou a exaustão dos garimpos locais, e no final da década de 1990, já não havia mais registro de atividade garimpeira nas agrovilas do município. O grande destaque quanto à atividade de garimpos na área do município vinha da agrovila do Cuca, distante cerca de 36 km da cidade de Tucumã. Ela é uma área oriunda de garimpo, funcionando desde 1978, só detectada em maio de 1980 por meio de uma fotografia aérea que revelava a presença do homem no meio da mata.
Entretanto em 2009 foi proposta a implantação de um projeto de mineração (Projeto Boa Esperança), para lavra e beneficiamento de cobre, no município de Tucumã, com o objetivo de lavrar cerca de 3,7 milhões de toneladas/ano de minério de cobre, resultando na produção de 105 mil toneladas úmidas de concentrado, equivalentes a 29 mil toneladas/ano de cobre metálico. As obras previstas no projeto incluiriam quatro unidades básicas: a mina a céu aberto, as áreas de depósito e barragem de rejeitos, as instalações de beneficiamento mineral e a unidade administrativa. O Projeto Boa Esperança prevê um investimento de 630 milhões de reais e a geração de 1000 empregos diretos durante a implantação. Na fase de operação, o efetivo deverá alcançar cerca de 500 funcionários próprios e 130 terceirizados.
Transportes
O principal acesso do município é rodoviário, se dando pela PA-279, que a liga ao resto do território nacional. A via é pavimentada em toda sua extensão.
Herança da época do projeto CONSAG, o território municipal é repleto de estradas vicinais que conectam completamente Tucumã.
Tucumã anteriormente já dispôs de um aeroporto que foi transferido para o município vizinho. Desde 2014 o município dispõe de um aeródromo às margens da PA-279, a 5 km do centro da cidade.