sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Usa PIX? Fique atento a 4 golpes antigos que voltaram com o novo sistema de transferências

Conheça as novas armadilhas envolvendo o PIX e, principalmente, o WhatsApp das vítimas
(Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil)

Desde que o Banco Central colocou em operação o sistema PIX, de transferências bancárias instantâneas, velhos golpes do mundo digital voltaram a causar prejuízos. Sim, golpes que todo mundo parecia já conhecer e muito bem, mas voltaram e fizeram novas vítimas por apresentarem “ideias novas”.

William Ribeiro, educador financeiro e CEO do Dinheiro Com Você, fez um alerta: Não importa se você se considera uma pessoa muito bem-informada e blindada contra qualquer tentativa de golpes. O excesso de confiança pode abrir novas fraquezas, devido a uma falsa sensação segurança. E com técnicas criminosas sendo “refinadas”, os bandidos se tornam cada vez melhores em enganar pessoas.

O educador financeiro afirma que a possibilidade da transferência instantânea, que acaba de ganhar um limite ainda maior aprovado pelo Banco Central, fez crescer as tentativas de golpes. “Ao mesmo tempo em que o Pix tem se tornado extremamente comum nas transações e pagamentos dos brasileiros, é uma tecnologia ainda nova. Isso significa que nem todo mundo entende e domina o seu funcionamento”, diz.

É aí que bandidos encontram as vítimas. “São histórias que parecem impossíveis de acreditar, mas que a falta de atenção, a correria do cotidiano ou mesmo a ganância, acabam colaborando para que a gente forneça nossas informações pessoais e financeiras a quem não deveríamos”, revela Ribeiro.

Confira alguns golpes e dicas do especialista para evitar dor de cabeça:

Golpe 1: Whatsapp clonado

O número do telefone celular como chave para o Pix não é uma boa ideia. “Qualquer pessoa que tenha acesso ao seu número de celular (capturado em um grupo de Whatsapp, por exemplo) pode simular uma transferência via Pix. E pronto: passa a ter acesso ao seu nome completo e o banco no qual você tem conta”.

“Sabendo que você é correntista de um determinado banco, o trabalho do golpista é facilitado. Ele pode fazer o contato, já informando previamente algumas informações bancárias suas. Em alguns casos, pode ligar inclusive de um número clonado do próprio banco em que você tem conta, dizendo que foram identificadas transações suspeitas no seu extrato”, alerta William.

É nessa hora, quando ele conquista a atenção e a confiança da vítima, que vai dar a cartada final. “O falso funcionário do banco dirá que, por motivos de segurança, você receberá um código por SMS no seu celular. Na maioria dos casos, se trata do código do WhatsApp, com o qual o golpista poderá “sequestrar” a sua conta no aplicativo, podendo se passar por você para aplicar golpes em seus amigos e familiares”, explica.

Para evitar esse tipo de problema, Ribeiro lembra que você deve habilitar a autenticação em duas etapas criando um “pin”, como se fosse uma segunda camada de segurança, uma senha com seis números. “Se alguém tentar clonar seu WhatsApp, mesmo que tenha acesso ao código que recebeu pelo SMS, sem o pin, ele não vai conseguir”.

Golpe 2: Whatsapp falso

Já que muitas vezes o golpista não consegue roubar o acesso ao WhatsApp da vítima, vão além: criar uma nova conta, também se passando pela vítima. Neste caso, é criada uma conta com um número diferente, porém, utilizando uma foto da pessoa (que ele consegue facilmente em qualquer rede social).

A partir daí, segue o mesmo script para aplicar golpes: entra em contato com amigos e familiares, pedindo dinheiro por meio de transferências pelo Pix, informando uma chave ou enviando um QR Code.

“Se algum conhecido entrar em contato de um jeito estranho, contando uma história qualquer, dizendo estar precisando de dinheiro, fique atento! O melhor é entrar em contato com a pessoa por uma linha de telefone que não seja via WhatsApp para confirmar se o contato foi feito por ela mesma.”

Ribeiro ainda explica porque apenas confirmar que o número do celular está correto não é uma forma segura de proteção. “Se você confirmou que o telefone que entrou em contato com você é realmente da pessoa, lembre-se, ela pode estar sendo vítima do golpe 1, com seu WhatsApp sendo clonado. Por isso, em todos os casos, procure sempre fazer contato com a pessoa por telefone”.

Golpe 3: Falso funcionário do banco

Nessa modalidade, o golpista também entra em contato com a vítima, fingindo ser um funcionário do banco. No entanto, ao contrário do primeiro golpe que Ribeiro comentou, neste caso, o bandido não está interessado em clonar o WhatsApp.

“Dessa vez, ele vai te dizer que entrou em contato para lhe ajudar a cadastrar ou a confirmar a sua chave Pix na instituição em que você tem conta. E eles podem ser tão convincentes a ponto de até colocar uma gravação ao fundo, como se fosse a movimentação de uma operação de telemarketing, com pessoas falando e digitando. Mais uma vez, ele conquistou sua atenção e sua confiança e vai pedir para fazerem um teste que envolve o envio de dinheiro. E se isso acontecer com você, saiba que esse valor você nunca mais verá de volta”, reforça o educador financeiro.

Este é um procedimento que não existe em nenhuma instituição bancária. “Pode ter certeza: funcionário de banco nenhum liga para você para resolver qualquer problema de Pix. Nessa situação, é só ficar atento em caso de um contato como esse que solicite suas informações pessoais. Desconfie e nunca faça qualquer transferência para quem não conhece”.

Golpe 4: Bug no Pix

O golpista consegue enganar principalmente as pessoas mais gananciosas. “Ao serem apresentadas a uma possível chance de dinheiro fácil, pessoas nesse perfil se tornam uma isca fácil, afinal a atenção é direcionada apenas ao objetivo final, o dinheiro, sem prestar atenção que o caminho até lá é um tanto quanto suspeito”.

Ribeiro explica como funciona. “Você recebe um contato, uma mensagem por WhatsApp ou um e-mail, dizendo que naquele momento ocorreu um bug no Pix. Alguém teria percebido que, ao fazer uma transferência, o dinheiro voltaria em dobro para a sua conta. Essa pessoa fictícia, muito “gentilmente”, resolve passar a dica para frente para que todo mundo, assim como ele, tenha a oportunidade de lucrar com esse problema técnico”.

A solução para este problema é muito simples: “não existe dinheiro fácil e nem mágica, desconfie sempre”.


(Da Redação Fato Regional, com informações da CM Comunicação)

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