A embarcação MV Shandong da Zhi trouxe consigo os seis primeiros casos confirmados da cepa indiana B.1.617, do novo coronavírus, ao Brasil, e se tornou alvo de preocupação das autoridades de saúde brasileiras.
O navio está em alto mar, a cerca de 35 km de São Luís, com 23 tripulantes: 14 deles com a doença e nove seguem sem sintomas. Além deles, um tripulante indiano foi internado em um hospital privado de São Luís, com a variante indiana, e o quadro de saúde é estável.
De bandeira de Hong Kong, Shandong da Zhi foi fretado pela Vale para o transporte de minério de ferro. É um navio cargueiro construído em 2012. Seu comprimento total é de 360 metros e sua largura é de 65 metros.
A trajetória do navio começou a partir do Terminal Marítimo Teluk Rubiah, na Malásia, no dia 27 de março deste ano. Depois, o navio passou pela Cidade do Cabo, na África do Sul, onde embarcaram os 24 tripulantes.
Os viajantes tinham como destino o Porto da Madeira, em São Luís. No entanto, um tripulante de nacionalidade indiana, de 54 anos, começou a sentir os sintomas da coronavírus no dia 4 de maio e teve febre. A confirmação da Secretaria de Estado da Saúde (SES) ocorreu no sábado, 15, e, por causa disso, a embarcação foi proibida de atracar na capital maranhense e ficou em alto mar.
Após a coleta de amostras, o Instituto Evandro Chagas foi responsável pela análise das variantes presentes nos tripulantes. Ontem, 20, o secretário de saúde do Maranhão, Carlos Lula, confirmou que seis tripulantes (incluindo o internado) estão com a variante indiana do coronavírus (chamada de B.1.617), que é mais transmissível e ainda não tinha sido registrada no país.
Ainda segundo Carlos Lula, 100 pessoas que tiveram contato com os tripulantes infectados serão testadas, acompanhadas e isoladas.
“A variante já estava presente em 51 países e aqui na América do Sul só estava presente na Argentina. O Brasil acaba sendo o segundo país da América do Sul com confirmação da cepa”, disse o secretário.
Com informações do G1