A tempestade que deixou um rastro de destruição em Ourilândia do Norte e outros municípios da região Sul do Pará, na tarde de terça-feira (24), teve ventos que chegaram à velocidade máxima de 50 km/h. A avaliação é do meteorologista José Raimundo Abreu, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em entrevista ao Fato Regional. A transição entre o período de seca e chuvas mais frequentes leva a fenômenos como a ventania. E neste ano, o inverno pode começar mais cedo.
José Raimundo Abreu adianta que a tempestade e outros fenômenos climáticos que vêm atingindo Ourilândia do Norte, Tucumã, Cumaru do Norte, Água Azul do Norte, Canaã dos Carajás e São Félix do Xingu são o indicativo que o clima está mudando na região e a temporada de chuvas mais fortes e frequentes deve começar bem mais cedo, já em outubro. Com isso, a estiagem que afligia produtores rurais na área deve começar a passar.
“Nos próximos dias, poderemos ver fenômenos climáticos mais ativos e começo do aumento da frequência de chuvas na região Sul do Pará, além de algumas áreas do Sudoeste e do Baixo Amazonas. Mas focando na região do Araguaia, teremos antecipação das pancadas de chuva, que vão começar um pouco mais isoladas, em Conceição d0 Araguaia, Ourilândia do Norte, São Félix do Xingu, Xinguara e outros municípios próximos”, diz o meteorologista.
Esse adiantamento do inverno, diz o José Raimundo, deve vir acompanhado de um inverno mais longo e com mais chuvas, que irão reverter a seca dos rios Fresco e Xingu, em São Félix do Xingu, que estão no pior nível dos últimos 45 anos. O ano de 2023, explica o meteorologista, foi muito seco e não chegou a completar a cota de chuvas para o ano, deixando um nível mais adequado aos rios da região. E assim, começaram já abaixo do nível normal e seca antecipada.
Veja mais imagens da destruição provocada pela chuva, no Instagram do Fato Regional (@fatoregional):
Por nota, o Departamento de Meteorologia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) informou que as regiões Sul e Sudeste do Pará “…foram atingida por chuvas intensas, granizo e vendavais. O fenômeno ocorreu durante a transição entre os períodos seco e chuvoso, quando o ar seco predominante encontra massas de ar úmido, gerando instabilidades atmosféricas que formaram nuvens cumulonimbus, causadoras de granizo e ventos fortes”.
José Raimundo encerra dizendo que o Inmet e outros órgãos não contam com estação meteorológica em Ourilândia do Norte e a estação de Tucumã não está funcionando. Por isso, as estimativas de velocidade do vento foram feitas com base nos vídeos e fenômenos climáticos em curso. No mínimo, os ventos tiveram entre 20 km/h e em média 40 km/h. A velocidade de 50 km/h foi pico, possível de reconhecer pelo nível de destruição deixado nos municípios.
Desde a tempestade, alguns setores de Tucumã e Ourilândia do Norte estão sem energia elétrica ou com instabilidades. A Prefeitura de Ourilândia comunicou que a Defesa Civil Municipal está levantando os estragos para formar um plano de resposta e amparar a população prejudicada. A população de toda a região Sul do Pará deve ficar atenta a indícios de novas ventanias e chuvas fortes repentinas.
(Victor Furtado, Da Redação do Fato Regional)
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