As Eleições de 2024, em São Félix do Xingu, no Sul do Pará, reavivaram o legado de um dos seus mais prestigiados pioneiros. Junto de Fabrício Batista, Cacilda Levino (Podemos), de 53 anos, filha de Antônio Levino, emergiu como vice-prefeita. E assim, o povo xinguense confiou uma oportunidade a uma nova geração de uma família intimamente ligada à história e desenvolvimento do município.
Em uma entrevista exclusiva ao jornalista Victor Furtado, do Fato Regional, Cacilda Levino agradeceu a oportunidade de manter viva a memória de um dos prefeitos mais apaixonados por São Félix do Xingu. Agora na posição de vice-prefeita, ela tem a chance de deixar a marca dela como gestora na história da cidade. “Quando Deus conhece e toca quem quer fazer o bem, a oportunidade chega no tempo certo. O povo coloca e o povo tira, porque só abaixo de Deus está o povo”, disse.
Formada em Administração, Contabilidade e Serviço Social — com MBA em Planos de Negócios —, Cacilda conta que cresceu numa família que respirava política. Antônio Levino foi vereador e por três vezes esteve à frente da Prefeitura de São Félix do Xingu. Ela aprendeu todos os conceitos principais sobre gestão pública, política e contato com o povo por observação. Até que amadureceu e percebeu que também queria contribuir com o município. E ver o povo xinguense feliz, orgulhoso e com qualidade de vida.
As primeiras experiências mais efetivas foram à frente da Secretaria Municipal de Administração e Planejamento, de 1997 a 2000. “Deus levou meu pai, mas ele deixou um legado”, pontuou Cacilda Levino, que tem quatro irmãos. Amarildo Paulino, vice-prefeito de Xinguara, é um deles. Só que por muito tempo, a vice-prefeita de São Félix do Xingu era uma mulher dos bastidores. Trabalhou mais diretamente assessorando o pai, seu Antônio Levino, e ajudando a construir as campanhas, algo que envolvia toda a família.
Para Cacilda, a prova de que a família Levino sempre esteve comprometida com o ideal de fazer São Félix do Xingu crescer é que nunca precisou do poder para se manter. O desenvolvimento da cidade é um propósito e uma meta. Ela observa que a política não é um campo fácil, principalmente quando se representa a resistência a um sistema que persegue quem questiona a hegemonia política.
“Tudo o que sempre quisemos foi desenvolver o agro, a indústria e ver o crescimento de São Félix do Xingu. Essa é a luta da família Levino desde que meu pai abriu as primeiras estradas, que hoje compõem 12 mil quilômetros de ruas e vicinais; que lutou muito para municipalizar a saúde e a educação. Hoje, meu papel é amparar Fabrício e ser o braço direito dele, junto a outras grandes mulheres que fazem parte desta gestão. Ele e eu não estamos brincando de administrar um município tão desafiador”, afirma a vice-prefeita.
Cacilda Levino diz que recebeu o chamado para ser vice-prefeita e aceitou por sempre ter compreendido São Félix do Xingu como uma terra rica, mas que estava fracassada e decadente. “Um município desse tamanho não se administra sozinho. Quando Fabrício e eu assumimos, encontramos caos. A prefeitura estava superendividada e tivemos de decretar calamidade financeira, negociar os débitos e já começamos a administrar, mesmo com muitos desafios, como FPM pela metade, que devem se estender por todo este ano”, avalia.
A vice-prefeita considera a oportunidade de estar à frente da administração de São Félix do Xingu como um privilégio e se sente grata por agora ter poder para tomar decisões firmes, junto ao Fabrício. Reconhece que os três primeiros meses estão sendo desafiadores, mas toda a equipe da atual gestão está mobilizada para buscar recursos junto ao Governo do Estado, Governo Federal e parlamentares. A previsão é de que neste ano sejam obtidos pelo menos R$ 20 milhões em emendas. E ela agradeceu a cada ente do Executivo e do Legislativo que estão ajudando o município a vencer essa transição.
“Acreditamos e trabalhamos por uma gestão honesta, humilde, transparente, responsável e com humildade para buscar ajuda quando necessário. Há ataques políticos, mas uma das coisas que aprendi com meu pai é que o adversário político, a oposição, é algo que nos ajuda, pois ele aponta problemas que às vezes o gestor que está no poder não consegue enxergar. E volto a dizer: um município como o nosso não se administra sozinho. Seu Antônio Levino dizia que governo bom tem oposição, pois governo em que todo mundo só aplaude, tem algo errado”, analisa Cacilda Levino.
Entre algumas das primeiras vitórias do novo governo nos primeiros três meses, Cacilda cita o reajuste dos servidores, negociação das dívidas, retomada e regularização das obras da maternidade e recuperação da adimplência da prefeitura. O foco dos próximos meses é trabalhar pelo desenvolvimento de projetos em saúde, mobilidade e educação para levantar o IDEB. Também dar mais incentivos para produtores rurais e fortalecer a produção de soja, milho, cacau e gado.
“As coisas estão mudando e estamos tendo bons retornos do povo. Cautela, responsabilidade, comunicação, humanidade e transparência serão marcas do nosso governo. Fabrício e eu agradecemos o povo, nossos servidores e equipe de secretários. Tantas pessoas que confiaram em nós e estão conosco nesta caminhada. Pedimos só mais um pouco de paciência porque São Félix do Xingu já está se transformando e vai mudar muito mais, para melhor. Exatamente como sempre foi o sonho da família Levino, um sonho que com orgulho eu carrego”, concluiu a vice-prefeita.
(VICTOR FURTADO, da Redação do Fato Regional)
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