sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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VÍDEO: hacker implica Jair Bolsonaro em grampo ilegal, conspiração internacional e manipulação de urnas

Walter Delgatti Netto diz ter recebido uma proposta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para assumir um grampo ilegal contra o ministro Alexandre de Moraes que teria participação de um agente internacional, com garantia de indulto caso fosse preso e prisão de juízes
O hacker Walter Delgatti Netto afirmou ter tido reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro, com militares e com a deputada Carla Zambelli, com quem trabalhava diretamente (Foto: Reprodução / YouTube / TV Senado)

Walter Delgatti Netto, hacker que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) apresentou a Jair Bolsonaro (PL), implicou o ex-presidente em um esquema de conspiração internacional para grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de manipular urnas eletrônicas. E ainda, garantiu indulto caso ele fosse preso para assumir esse crime. As declarações foram feitas durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista da Inquérito (CPMI) que investiga a tentativa de golpe no dia 8 de Janeiro.

Durante os questionamentos feitos pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), Delgatti disse que falou mais de uma vez com Jair Bolsonaro. Num dia específico, ele foi levado a um posto de combustível com um motorista enviado pela deputada Carla Zambelli. No local, ele recebeu uma ligação da parlamentar, de um telefone que ele não conhecia, para falar diretamente com o ex-presidente. E foi quando ele recebeu a suposta proposta. Não se sabe se esse grampo foi ou não feito.

Delgatti afirmou ter ouvido de Jair Bolsonaro que havia um “agente internacional” para grampear o ministro Alexandre de Moraes. E ele iria assumir o grampo como se fosse “um rapaz da esquerda”, já que ele ficou conhecido no Brasil após vazar mensagens que revelaram ilegalidades na operação Lava-Jato. O ex-presidente também teria garantido a ele indulto caso fosse preso. “Ele disse que se eu fosse preso, ele mandaria prender o juiz que mandou me prender”, comentou.

Ainda nas conversas com Zambelli e Bolsonaro, Delgatti disse que outra proposta seria forjar a insegurança das urnas eletrônicas. Ele foi ordenado a reformular o código fonte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e fazer com que houvesse uma fraude artificial na urna, na qual o eleitor digitaria o número de um candidato e apareceria outro nome ou registraria o voto para outra pessoa. Ele faria uma apresentação pública da fraude no de 7 de setembro de 2022.

No mesmo depoimento, foram reveladas as participações do general Paulo Sérgio, ex-ministro da Defesa no governo Bolsonaro e de outros militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e o alto escalão do governo do ex-presidente. Delgatti foi preso no dia 2 deste mês por suspeita de invasão aos sistemas do judiciário. Ele teria recebido R$ 40 mil de Carla Zambelli para conduzir a operação ilegal. O hacker afirmou que se dispõe a fazer acareações com as pessoas citadas.

Diante das acusações, parlamentares requereram depoimentos de todos os envolvidos. A senadora Eliziane Gama requereu a quebra dos sigilos telefônicos de todos os envolvidos.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)


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