Voluntário da vacina CoronaVac cometeu suicídio. Comissão de Ética recomenda continuidade dos testes.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro havia comemorado a morte como motivo para paralisação dos testes. Anvisa ainda não se pronunciou.
Foto: Governo de São Paulo

O voluntário da vacina CoronaVac, feita em parceria entre a chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, cometeu suicídio. A morte dele havia sido usada como justificativa para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspender os testes em humanos (fase 3) de uma das muitas vacinas contra a covid-19. A suspensão — motivada por uma morte — até foi comemorada pelo presidente Jair Bolsonaro, que disse ter “vencido”. A vitória seria contra o governador de São Paulo, João Dória, e contra a China.

ENTENDA O CASO, EM FATO REGIONAL:

CoronaVac: Anvisa interrompe testes da vacina após ‘evento adverso grave’

A morte de uma pessoa, na fase de testes de uma vacina, pode justificar a suspensão. Outras condições também, como uma invalidez ou outro problema grave de reação direta. Porém, o suicídio não é algo que possa ser usado nessa lista de justificativas. Desde sexta-feira (6), o Instituto Butantan já havia prestado informações sobre esse caso, ocorrido em 29 de outubro, à Comissão Nacional de Ética em Pesquisas (CNEP). As informações ainda estavam sendo analisadas, quando a decisão da Anvisa, nesta segunda (9), causou surpresa.


A CNEP recomenda continuar os testes da vacina, já que não se tratou de uma morte diretamente ligada ao imunizante. A Anvisa, porém mantém a suspensão dos testes, sem dar explicações mais específicas sobre o porquê. A confirmação de suicídio foi da Polícia Civil e do Instituto Médico Legal (IML), como levantou o UOL. Apoiadores de Bolsonaro comemoram, junto com ele, nas redes sociais digitais a “suspensão da vacina chinesa”. Essa vacina, porém, tem participação direta de um instituto brasileiro de pesquisas, que tem renome internacional.

(Victor Furtado, da Redação Fato Regional, com informações do UOL)

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