O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que vai rever todas as demarcações de terras indígenas que for possível reconsiderar e afirmou que a “indústria” da demarcação inviabiliza uma política desenvolvimentista para a região da Amazônia.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro também disse que falou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em encontro recente entre ambos que quer abrir a Amazônia para exploração dos EUA em parceria.
No Pará
Os índios Apyterewa, ancestrais do povo Parakanã, formam um grupo que habita entre os rios Tocantins e Xingu, no Pará. A área demarcada inclui uma região considerada de intensa pressão demográfica, compreendida pelas localidades do Paredão (Vila Taboca), Viado Queimado, Barra Mansa e São Francisco, no município de São Félix do Xingu, sudeste paraense.
As terras são ocupadas por cidadãos carentes e agricultores assentados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há mais de 30 anos. A extensão da área demarcada é de 773 mil hectares.
Segundo o presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais do Extensão Aputerewa, Vicente Paulo Terêncio Lima, com a determinação do presidente, os trabalhadores rurais daquela área, ficam garantidos nas suas Terras, podem continuar com seu trabalho e seu sustento. “É uma área bastante produtiva, onde existe mais de 120 mil cabeças de gado, produção vasta de cacau e, o que o presidente Bolsonaro está fazendo é corrigir um erro gravíssimo que foi cometido em cima de pessoas trabalhadoras, pois, isso prejudica o município e o país como um todo”.
Entenda
A área amarela é a primeira área demarcada pela FUNAI em 1987, 266.100 hectares pela portaria nº3632/87. A área amarela, vermelho e verde, referido pelo laudo antropográfico a delimitação de 980 mil hectares como terras tradicionalmente ocupadas pelos índios Parakanãs. laudo antropológico publicado no Diário Oficial da União (DOU) do dia 10 de dezembro de 1991.
O referido laudo, foi acatado pelo Ministério da Justiça, em 28 de maio de 1992, foi editada a portaria nº 267/92, reconhecendo os 980 mil hectares como terras tradicionalmente ocupadas pelos índios Pakaranãs. Em 2001, o então ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira Filho, editou a portaria nº 1192/01, anulando a portaria nº 267/92 e reduzindo a Terra Indígena para 773 mil hectares e retirando uma área de 207 mil hectares. Sem nenhum novo estudo de laudo antropológico que é esta demarcada de vermelho no mapa acima.
Da Redação Fato Regional
Fotos: Wesley Costa