Pelo menos 201 propriedades rurais podem ser afetadas, caso a Terra Indígena Kapôt Nhinore seja realmente demarcada entre o Pará e o Mato Grosso. O levantamento é da BR Fazendas, após o anúncio de estudos para demarcação do território na última sexta-feira (28). O processo deve levar pelo menos 90 dias. Haverá uma fase de contestação antes da conclusão.
Parte da TI Kapôt Nhinone fica em São Félix do Xingu, no sul do Pará. Outra parte fica nos municípios de Vila Rica e Santa Cruz do Xingu, no Mato Grosso. A área compreende É uma região com 362.243 hectares. Tradicionalmente, era lar dos povos indígenas Kayapó Mebêngôkre e Yudjá. Mas grande parte da área é ocupada por não-indígenas.
Atualmente, resta apenas uma aldeia na TI, que leva o mesmo nome de Kapôt Nhinore. Há cerca de 60 indígenas vivendo na área, que é palco de conflitos e ocupações históricas. O que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Ministério dos Povos Indígenas estão fazendo agora são estudos. A demarcação final cabe ao Ministério da Justiça, que vai analisar os estudos e contestações.
Apesar de o processo ter iniciado, nenhuma medida está sendo tomada neste momento. Até que o Ministério da Justiça dê o parecer final, baseado no estudo de demarcação e nos recursos apresentados pelos proprietários das fazendas afetadas, nada muda nos três municípios.
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(Da Redação do Fato Regional)