Sete das dez áreas de proteção da Amazônia que mais sofrem pressão de desmatamento no Brasil estão no Pará, informa o Imazon. E a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, no sudeste do estado, é líder no ranking das áreas mais pressionadas. De agosto de 2018 a julho deste ano, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon detectou um total de 5.054 km² de desmatamento na Amazônia Legal. Um novo estudo divulgado pelo instituto, que cruza esses dados do SAD para medir o nível de ameaça e pressão por desmatamento em Áreas Protegidas (APs), aponta um aumento de 39% nesses índices, em comparação com o calendário do desmatamento anterior, de agosto de 2017 a julho de 2018. O calendário é determinado pelo período de chuvas na Amazônia. Os dados são do relatório anual de ameaça e pressão em Áreas Protegidas do Imazon.
O estudo revela ainda que, no comparativo com o ano passado, as mesmas APs continuam no ranking das que mais sofrem ameaça e pressão. E o Pará é o estado que mais tem áreas protegidas na lista das mais pressionadas. O estudo considera pressão quando o desmatamento se já manifesta no interior da área protegida, o que pode levar a perdas ambientais e até mesmo à redução ou redefinição de limites dessa AP. A Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, localizada nos municípios de São Félix do Xingu e Altamira, no sudeste do estado, aparecem, pelo segundo ano consecutivo, como a unidade de conservação mais pressionada. Na Área de Proteção Ambiental do Tapajós, a pressão de desmatamento aumentou do último ano para esse. A APA, que ocupava a sétima posição no ranking anterior, agora ocupa a terceira posição na lista.
Floresta Nacional do Jamanxim também está pressionada pelo desmatamento
A Floresta Nacional do Jamanxim, as Terras Indígenas Apyterewa, Cachoeira Seca do Iriri, Mundurucu e Kayapó são as outras unidades de conservação do Pará que estão no ranking das áreas mais pressionadas de desmatamento. O relatório do Imazon analisa, ainda, a ameaça de desmatamento em áreas de proteção ambiental. O instituto utiliza uma distância de 10 quilômetros para indicar a zona de vizinhança de uma AP, onde a ocorrência de desmatamento indica ameaça. As áreas de proteção mais ameaçadas foram a Resex (Reserva Extrativista) Chico Mendes, no Acre, e o Parna Mapinguari, dividida entre Amazonas e Rondônia. No ranking das dez áreas mais ameaçadas, cinco estão no Pará. A Terra Indígena Trincheira/Bacajá aparece como a área de proteção mais ameaçada do estado.
A Floresta Nacional do Jamanxim e a APA do Tapajós são as áreas de proteção do estado que estão tanto na lista das mais ameaçadas quanto das mais pressionadas na Amazônia. A APA do Lago de Tucuruí, no sudeste paraense, lidera o ranking das unidades de conservação estaduais mais ameaçadas e pressionadas. Esse é o relatório anual do índices de ameaça e pressão de desmatamento em Áreas Protegidas produzido pelo Imazon. O relatório é produzido com base em dados de alertas de desmatamento do SAD, sistema de monitoramento usado pelo Imazon. O balanço anual reúne os alertas de desmatamento de agosto de 2018 a julho de 2019. O instituto utiliza apenas os indicadores de desmatamento para determinar ameaça e pressão em uma unidade de conservação, entretanto, outros fatores também oferecem risco para a área, como extração madeireira, atividades de garimpo e hidrelétricas.
Fonte: O Liberal