sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Estudo investiga nova opção de tratamento para pacientes com câncer de pênis

Homens da região Norte e Nordeste do Brasil tem maior probabilidade de desenvolverem a doença
Foto; Ilustrativa

Com a saúde não se brinca, isso todo mundo sabe. Principalmente quando precisamos lidar com doenças muito agressivas, como o câncer. E hoje, vamos falar especialmente com o público masculino sobre o câncer de pênis.

Esse tipo de câncer é considerado raro, principalmente em países desenvolvidos, onde representa apenas cerca de 0,5% das neoplasias malignas em homens. Porém, em países em desenvolvimento, como o Brasil, o câncer de pênis tem uma maior incidência.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2018, foram registradas 454 mortes pela doença no país. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais comum nas regiões Norte e Nordeste. Geralmente, a doença acomete homens com mais de 50 anos, e os principais fatores de risco conhecidos são a fimose (estreitamento do prepúcio), baixas condições socioeconômicas e de instrução, e as infecções, como a causada pelo HPV.

O câncer de pênis é uma doença agressiva. Quando o diagnóstico é realizado em fases iniciais da doença, o tratamento envolve tratamento cirúrgico da lesão. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cerca de 1 mil a 1,5 mil amputações do órgão são realizadas no Brasil anualmente.Entretanto, aproximadamente 30% desses pacientes apresentam recorrência da doença após o tratamento inicial, não sendo mais possível,na maioria dos casos,realizar tratamento local. Somados a esses pacientes,aproximadamente 10% dos pacientes se apresentam com doença metastática ao diagnóstico. O tratamento dos pacientes com doença avançada, tanto na recorrência ou na doença metastática ao diagnóstico, é a quimioterapia sistêmica. Infelizmente, o tratamento sistêmico com quimioterapia não muda há décadas e a taxa de resposta a esse tratamento é abaixo do esperado, acarretando em pobre sobrevida. Com o objetivo de buscar um tratamento mais eficaz para pacientes com câncer de pênis com doença avançada um grupo de investigadores brasileiros está realizando o estudo clínico Hercules.

A investigação de um novo tratamento para esse tipo de tumor é um dos desafios do Grupo Latino-Americano de Oncologia Cooperativa (Lacog) em parceria com oncologistas brasileiros. O Estudo Hercules, um ensaio clínico de fase II, multicêntrico, está investigando a eficácia da combinação de imunoterapia com quimioterapia como uma nova opção terapêutica para o tratamento do câncer de pênis em pacientes com doença avançada.

Segundo os especialistas, o objetivo do Estudo Hercules é avaliar a combinação de uma nova terapêutica em pacientes com câncer de pênis avançado e metastático. Para muitos tipos de cânceres, a imunoterapia tem sido considerada tratamento padrão, mostrando eficácia e segurança, mas ainda não há dados sobre seus resultados no tratamento do câncer peniano em estágio avançado.

Os estudos clínicos conduzidos pelos pesquisadores do Lacog buscam soluções para situações médicas ainda não respondidas ou pouco estudadas. No Estudo Hercules, participam mais de dez oncologistas vinculados a hospitais e centros de referência no tratamento do câncer de pênis no Brasil.

O Estudo Hercules é aberto para participação de pacientes nos centros de pesquisa em diversos locais no Brasil, v:

– Oncológica do Brasil (Belém, PA);

– BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo (São Paulo, SP);

– Instituto do Câncer do Ceará (Fortaleza, CE);

– Oncocentro (Fortaleza, CE);

– Hospital Amaral Carvalho (Jaú, SP);

– Hospital Erasto Gaertner (Curitiba, PR);

– Hospital de Amor (Hospital do Câncer de Barretos – Barretos, SP);


– Instituto Nacional de Câncer (Rio de Janeiro, RJ).

 

Com infomrações da Ascom