O Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS) é uma instituição de pesquisa, sem fins lucrativos, mantida pela mineradora. O objetivo, ao longo de 13 anos, tem sido para gerar conhecimento científico e soluções tecnológicas para a Amazônia e para a cadeia da mineração. A organização tem tecnologias, equipamentos e pesquisas que são únicas na América Latina.
Nesta quinta-feira (22), um pequeno grupo de jornalistas foi convidado pela Vale para conhecer o ITV-DS, em Belém. O Fato Regional foi um dos convidados. Pesquisadores detalharam alguns números que retratam o trabalho do instituto. E ainda, apresentaram algumas pesquisas de maior sucesso.
“O instituto contribui para gerar mais conhecimento para a empresa desenvolver suas atividades com maior responsabilidade socioambiental e econômica, no tripé da sustentabilidade, assim como também gera conhecimento para a comunidade científica”, explicou Guilherme Oliveira, diretor científico do ITV-DS
Em mais de uma década, foram produzidos mais de 750 publicações científicas. Há mais de 20 instituições parceiras e investimentos que chegam a US$ 158 milhões. Foram formados 260 mestres e 300 bolsas de estudos foram concedidas. Há vários serviços devolvidos à sociedade, como monitoramento do clima, de áreas desmatadas e desenvolvimento de técnicas e soluções de preservação.
“A biodiversidade e as pessoas são indissociáveis”, explicou a pesquisadora Tereza Cristina Giannini. Entre alguns dos trabalhos que ela explicou, chamou a atenção para a descoberta da ocorrência de uma mariposa na Floresta Nacional (Flona) do Carajás. “Ela sempre esteve lá e isso mostra o quanto ainda não conhecemos tudo o que a nossa biodiversidade pode apresentar”, acrescentou, mostrando como as pesquisas do ITV-DS são diversas. Muitos dos resultados serão apresentados em um livro, que será publicado em outubro.
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Bioeconomia: é preciso preservar a biodiversidade para conhecer oportunidades de negócios, dizem pesquisadores
Jaborandi, uma folha mais conhecida pela indústria de cosméticos, pode gerar uma importante molécula para medicamentos para doenças oculares, como glaucoma e mais recentemente vista cansada (presbiopia). E ainda, auxilia no tratamento da síndrome da boca seca, que acomete pacientes oncológicos.
“Essa planta só existe no Pará, no Maranhão e no Piauí. No estado, está na Flona Carajás. Infelizmente, a extração desordenada e a degradação das áreas próximas, reduziu a quantidade de jaborandi (da espécie Pilocarpus mycrophyllus) disponível. Estamos trabalhando com uma cooperativa de extrativistas e desenvolvemos formas de extrair e cultivar de forma natural”, detalhou o pesquisador Cecílio Frois Caldeira.
Guilherme Oliveira ressaltou a aproximação da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada no Pará, em 2025. Ele observou que o conceito de bioeconomia é um dos mais comentados no mundo. Pesquisas do instituto mostram que é possível, não só na cadeia da mineração, mas também outras atividades econômicas conviverem com a biodiversidade.
“Nossas pesquisas mostram o quanto é possível extrair e usar sem causar colapso. O mercado de produtos compatíveis com a floresta chega a US$ 176 bilhões e apenas 0,17% disso é de participação da Amazônia. Mais de 70% dos produtos são da indústria de alimentos e bebidas. Então precisamos pesquisar, conhecer, porque quantas outras coisas ainda não conhecemos? Mas para isso, é preciso preservar”, declarou Guilherme.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
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