O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o envio da Força Nacional de Segurança Pública ao Pará, para dar apoio à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) na Terra Indígena (TI) Ituna-Itatá, entre os municípios Senador José Porfírio e Altamira. A medida foi publicada no Diário Oficial da União e tem duração de 90 dias. A área é citada pelo deputado estadual Torrinho Torres (Podemos) como um “barril de pólvora” e que é uma “terra indígena sem indígenas”.
No dia 15 de setembro, foi iniciada a operação “Eraha Tapiro” para a remoção de rebanhos de gado da TI Ituna-Itatá, em cumprimento a uma decisão judicial expedida pela 1º Vara de Altamira. A Funai informa que a desmobilização da produção ilegal busca acabar com a atuação de grupos que promovem a grilagem de terras da União e o desmatamento ilegal para a criação de gado.
Palco histórico de conflitos, em 2011 a TI Ituna-Itatá teve o uso restrito aos estudos de localização de indígenas isolados no interflúvio Xingu-Bacajá. Desde 2016, os estudos foram suspensos e os conflitos na região aumentaram. Dados da Funai apontam o território como o terceiro mais desmatado no Brasil entre 2011 e 2021, chegando a registrar o maior índice de desmatamento em terras indígenas no ano de 2019.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) comunica que a equipe que atua na região vem sendo hostilizada pelos invasores, que também ameaçam a população local e danificam bens públicos, como pontes, para dificultar a localização dos responsáveis pelos crimes. A operação Eraha Tapiro também conta com a atuação da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal permanecerá ativa até total retirada de gado das terras indígenas e desmobilização dos crimes ambientais na região.
Além da TI Ituna-Itatá, os rebanhos ilegais também foram encontrados nas terras indígenas vizinhas Koatinemo, do povo Asurini, e Trincheira Bacajá, do povo Xikrin. Não foram localizados os registros dos animais nos sistemas da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), o que comprovou a situação de irregularidade sanitária das criações de bovinos. O gado retirado das terras indígenas será doado para programas sociais do estado do Pará.
(Da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Brasil)
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