O deputado estadual Torrinho Torres (Podemos), uma das principais lideranças parlamentares na busca por soluções para as quase 3 mil famílias da Extensão Apyterewa, em São Félix do Xingu, anunciou mais uma mobilização para mitigar os prejuízos sofridos por quem já deixou a área. Os esforços devem começar na semana que vem, na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), e em contato com a bancada federal paraense.
“O sofrimento desse povo chegou a tal ponto que só falar e divulgar não adianta mais. Nosso mandato está à disposição para defender essas pessoas que estão em vilas e corredores das estradas. Os animais também precisam de assistência. Agradeço a todos que vieram e se empenharam nessa causa, mas precisamos mais uma vez unir forças nessa causa que transcende bandeiras políticas. Vou encaminhar propostas na Alepa na semana que vem para irmos a Brasília e amenizar os estragos sofridos pela população da Apyterewa”, disse Torrinho.
A primeira etapa da operação de desintrusão da Apyterewa chegou ao fim no dia 31 de outubro. Mas diante do fato de várias famílias ainda estarem correndo para encontrar lugares para ir e como cuidar de animais que criavam, o governo do presidente Lula (PT) decidiu dar uma “pausa” antes de começar a próxima etapa da operação, que não foi encerrada e nem suspensa indefinidamente. Também na semana que vem, haverá reuniões do Governo Federal para definir as próximas etapas e avaliar o que ocorreu na primeira.
A Extensão Apyterewa, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), não poderá mais ter famílias não indígenas vivendo lá. A terra, de 774 mil hectares, será destinada exclusivamente ao povo indígena Parakanã, que tem cerca de 1 mil indígenas morando no território. A área, consequentemente, também será de preservação ambiental. O Incra assegura — com base na decisão do STF — que está cadastrando famílias para o programa de reforma agrária e contesta a estimativa de que quase 3 mil famílias moravam na área.
(Da Redação do Fato Regional)
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