O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) afirma que a CPI que investiga organizações não governamentais (ONGs), no Senado Federal, deverá fazer diligências em São Félix do Xingu, no sul do Pará, no dia 29 deste mês. Ele revelou a informação em entrevista exclusiva a O Liberal. A proposta é averiguar a possível ação dessas instituições nos processos que levaram à operação de desintrusão da Extensão Apyterewa.
Zequinha Marinho questiona os métodos empregados na megaoperação do Governo Federal, iniciada no dia 2 de outubro por decisão do ministro presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e da Justiça Federal do Pará. Para ele — assim como para moradores da Apyterewa — trata-se de uma operação “truculenta”. No rastro da ação, escolas e igrejas foram fechadas, animais morreram, imóveis foram destruídos e famílias foram expulsas de casa sem qualquer alternativa. Um trabalhador rural foi morto pela Força Nacional.
“Essa foi uma solicitação minha ao presidente da CPI, senador Plínio Valério (PSDB). A presença da CPI das ONGs se justifica uma vez que a expansão da terra indígena se deu por solicitação direta de uma ONG. E é essa expansão, que foi feita sem um laudo antropológico, que está impactando a vida daquelas famílias de produtores rurais”, declarou Zequinha Marinho a O Liberal.
O requerimento, de número 144/2023, havia sido aprovado ao final da audiência pública do dia 24 de outubro, na CPI das ONGs, com autoria do relator da Comissão, senador Marcio Bittar (União-AC). O senador Zequinha Marinho (Podemos) é um dos apoiadores da ação. Bittar afirmou, no documento, que “está em curso uma megaoperação (…) para expulsar cidadãos, incluindo idosos e crianças, de suas casas” e que tem “ativa participação de organizações não governamentais (…) financiadas com dinheiro externo estariam agindo na região”.
A operação de desintrusão da Apyterewa visa a retirada de todos os não-indígenas da área que será destinada à vivência exclusiva dos indígenas Parakanã e à preservação ambiental. Atualmente, cerca de 1 mil indígenas vivem na área de 774 mil hectares de São Félix do Xingu. Entidades que representam moradores apontam cerca de 2 mil famílias no território antes do começo da desintrusão. O STF, com base no Incra, discorda desse número.
(Da Redação do Fato Regional, com informações de O Liberal)
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