O município de São Félix do Xingu, no sul do Pará, está em situação de emergência devido à seca dos rios. A condição foi reconhecida pelo Governo Federal, a partir do decreto 1.210/2023, do prefeito João Cleber (MDB). Pelo parecer da coordenação municipal de Defesa Civil, pelo menos 20% da população xinguense da zona rural está diretamente afetada pela seca. A validade do alerta segue até 6 de maio de 2024.
Mauro Sousa, coordenador da Defesa Civil Municipal de São Félix do Xingu, que assina o parecer técnico, analisa que a instabilidade climática levou a cidade a ver as reservas hídricas naturais sendo drasticamente reduzidas. E assim, pelo menos 9.896 pessoas estão em risco pela falta de acesso à água.
“O exaurimento das reservas hídricas das áreas afetadas se dá devido à forte redução dos lençóis freáticos, provocando grande redução na vazão dos poços artesianos que atendem a zona rural, sendo que muitos já não fornecem água; do mesmo jeito que riachos, nascentes e pequenas barragens se encontram secas e podem acarretar em doenças renais aos que habitam as margens dos rios e consomem essa água como único recurso hídrico”, detalha Mauro.
O plano de contenção emergencial já está em curso pelo decreto do prefeito João Cleber. Foram mobilizadas as secretarias municipais Assistência Social, Defesa Civil, Obras e Meio Ambiente. Parte das ações incluem a distribuição de cestas básicas e água para a população diretamente afetada e cadastro em programas sociais.
Com o reconhecimento da situação de emergência pelo Governo Federal, que consta no Diário Oficial da União de 23 de novembro, ações federais e verbas poderão ser destinados ao município para atender a população afetada pela seca dos rios. O Governo do Pará também já mobiliza esforços para atender ao povo xinguense. A condição também dá mais liberdade à prefeitura na busca por soluções rápidas.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
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