Durante a inauguração de uma creche, o prefeito de Barra do Piraí (RJ), Mário Esteves, fez um discurso no qual defendia a castração de meninas. A fala foi amplamente criticada em todo o Brasil, o que fez o partido Solidariedade expulsar o gestor. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou, nesta segunda-feira (18), notícia de fato para apuração preliminar dos excessos do discurso e avaliação de eventual responsabilidade do prefeito, inclusive no âmbito da improbidade administrativa.
No evento do último dia 14, o prefeito Mário Esteves, após chamar o secretário municipal de Saúde, declarou: “O que não falta em Barra do Piraí é criança. Cadê o Dione [Caruzo, secretário de Saúde]? Tem que começar a castrar essas meninas. Controlar essa população. É muito filho, cara! É no máximo dois. Fazer uma lei lá na Câmara. É no máximo dois, porque haja creche pra ser ‘construído’ nos próximos anos”, disse.
“Deverão ser comprovadas documentalmente quais medidas de controle populacional foram efetivamente implantadas durante o seu governo, especialmente a quantidade de cirurgias de laqueadura e vasectomia, os critérios para aprovação de tais cirurgias, bem como a distribuição de preservativos e outros métodos contraceptivos na rede municipal de saúde”, diz o MPRJ.
Por nota, o partido Solidariedade informou: “Nosso partido tem entre seus valores basilares a defesa dos direitos das mulheres, a promoção da equidade de gênero e a luta incessante contra qualquer forma de discriminação. Seguiremos firmes em nosso compromisso de construir políticas públicas inclusivas e de conscientizar a sociedade sobre a importância de respeitar e valorizar as mulheres em todas as instâncias de poder”.
Nas redes sociais, Mário Esteves disse que, em nenhum momento, teve “…a intenção de ofender quaisquer parcelas da população”, muito menos as mulheres. “Reconheço o equívoco na troca do termo técnico – laqueadura por “castrar. No entanto, isso não diminui a importância do assunto. O que deveria entrar em pauta era o planejamento familiar”, afirmou. “Lamento se a colocação inadequada de uma palavra ofendeu algumas pessoas, em especial, as mulheres. Repito: não foi a intenção”.
(Da Redação do Fato Regional)
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