O sambista Jorge Aragão, de 74 anos, comunicou que está fazendo tratamento contra um tipo de câncer chamado linfoma não-Hodgkin. Trata-se de um câncer no sangue. Só que diferente da leucemia, que atinge a medula óssea, afeta os vasos e gânglios responsáveis pela defesa do corpo humano.
Por se tratar de um tipo de câncer que afeta o sistema linfático, presente em quase todos os órgãos do corpo humano, as pessoas devem ficar atentas a qualquer tipo de alteração corporal. A doença pode se manifestar em diferentes áreas, sem caracterizar metástase. Costuma ser comum em crianças, mas tem maior incidência em homens na faixa dos 60 anos ou mais.
“Ao contrário do câncer de mama, em que o nódulo na mama só pode ser percebido pelo toque em estágios mais avançados, uma íngua ou inchaço em um gânglio pode ser o primeiro sinal do linfoma, ainda no início. Quanto antes se detectar o linfoma, maiores são as chances de remissão completa. Hoje, se recém- diagnosticado, o paciente com linfoma tem até 80% de chances de cura”, explica a hematologista Camila Marca.
Nódulos e ínguas: como identificar os sinais do linfoma não-Hodgkin
O autoexame deve ser feito principalmente nas áreas do pescoço, axilas e virilha, onde as ínguas são mais comuns. Manter esse cuidado é importante, já que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que entre 2023 e 2025, o Brasil vai registrar a cada ano cerca de 12.040 novos casos de linfoma não-Hodgkin, sendo 6.420 em homens e 5.620 em mulheres.
Por razões ainda desconhecidas, o número de casos duplicou nos últimos 25 anos. Entre os principais fatores de risco estão sistema imune comprometido por doenças ou vírus; exposição a agrotóxicos; e outras substâncias químicas e exposição o a altas doses de radiação.
O corpo humano possui estruturas chamadas “gânglios”, uma espécie de nódulo do sistema de defesa, responsável por “filtrar” substâncias que podem fazer mal ao organismo. Eles se localizam em regiões como pescoço, virilha e axilas. Um dos sintomas do linfoma não Hodgkin é o aumento de dessas estruturas. Além disso, sintomas comuns são suor noturno excessivo, febre, coceira na pele e perda de peso sem causa aparente.
O tratamento depende do tipo de linfoma não Hodgkin, mas os tipos mais indicados são a quimioterapia, a imunoterapia e a radioterapia. O transplante de medula óssea só é indicado quando o paciente não responde bem a esses tratamentos.
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(Da Redação do Fato Regional)