quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Com tendência de aumento de casos de dengue, Pará segue sem vacinas contra a doença

O Brasil acumula em 2024 mais de 3,8 milhões de casos prováveis de dengue (que ainda carecem de confirmação) e 1,8 mil mortes confirmadas (sendo mais 2,2 mil em investigação). Dessa forma, segue sendo desonesto e descabido comparar a epidemia de dengue com a covid-19
Enquanto a imunização contra a dengue não chega a todos os estados e a mais públicos, a recomendação do Ministério da Saúde é a união de estados e municípios no combate ao mosquito Aedes aegypti (Foto: James Gathany / CDC-HHS / Via Jornal da USP)

O Brasil acumula mais de 3,8 milhões de casos prováveis de dengue (ainda pendentes de confirmação), como consta no Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. Os dados foram coletados quinta-feira (25). Há tendência de aumento de casos no Pará e também nos estados Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Sergipe e Tocantins. Mesmo assim, o Pará segue no final da fila para receber as vacinas contra a doença.

Nesta quinta-feira (25), o Ministério da Saúde informou que mais 625 municípios (totalizando 25 estados) estariam com doses da vacina Qdenga, a primeira vacina contra dengue autorizada a ser utilizada no SUS pelo primeiro país do mundo a vacinar contra a dengue. O Pará por enquanto não tem previsão de receber doses da vacina, que ainda são limitadas pela capacidade de produção do fabricante e que enfrentam baixa adesão da população à campanha.

Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados 1.792 óbitos confirmados por dengue em 2024 e há 2.216 mortes em investigação, diferente do alarmismo das redes sociais de que milhões de pessoas estão morrendo pela doença. Logo, não há cabimento comparar a atual epidemia de dengue com a covid-19, já que a doença do coronavírus SARS-CoV-2, entre 2021 e 2023, teve mais de 38 milhões de casos e 700 mil mortes no Brasil.

A vacina Qdenga, o primeiro imunizante contra a dengue a ser disponibilizado pela rede pública de saúde no Brasil (Foto: Rogério Vidmantas / Prefeitura de Dourados)

A maioria dos casos prováveis segue concentrada na faixa dos 20 aos 29 anos, seguida pelas faixas dos 30 aos 39 anos, dos 40 aos 49 anos e dos 50 aos 59 anos. Já a faixa etária menos atingida é a de crianças menores de 1 ano, seguida por pessoas com 80 anos ou mais e por crianças de 1 a 4 anos.

O Ministério da Saúde já se prepara para que o novo aumento de casos de dengue comece a acontecer a partir de novembro deste ano. Ethel Leonor Noia Maciel, secretária da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), aponta que assim como houve uma antecipação no pico de casos neste ano, é possível que isso ocorra também em 2025.

“Teremos um tempo pequeno de preparação porque neste momento os nossos modelos matemáticos entendem que a gente pode começar a epidemia de 2025 em novembro de 2024. Então, estamos atuando na epidemia atual e já nos preparando por conta de um curto espaço que teremos entre a epidemia de 2024 e 2025”, disse a secretária.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Brasil)


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