sábado, 5 de outubro de 2024

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CPI das ONGs fará diligências em São Félix do Xingu para investigar atuação de organizações no processo de Desintrusão da Apyterewa

Zequinha Marinho diz que as diligências podem ocorrer no dia 29 deste mês e visam encontrar indícios e prova da atuação de ONGs para a desintrusão da Apyterewa, operação que tem sido executada de modo a deixar um rastro de sofrimento às famílias expulsas da terra
Na entrevista exclusiva a O Liberal, Zequinha Marinho afirmou que a CPI das ONGs vai avaliar a atuação dessas instituições na Apyterewa, em S~çao Félix do Xingu (Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado)

O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) afirma que a CPI que investiga organizações não governamentais (ONGs), no Senado Federal, deverá fazer diligências em São Félix do Xingu, no sul do Pará, no dia 29 deste mês. Ele revelou a informação em entrevista exclusiva a O Liberal. A proposta é averiguar a possível ação dessas instituições nos processos que levaram à operação de desintrusão da Extensão Apyterewa.

Zequinha Marinho questiona os métodos empregados na megaoperação do Governo Federal, iniciada no dia 2 de outubro por decisão do ministro presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e da Justiça Federal do Pará. Para ele — assim como para moradores da Apyterewa — trata-se de uma operação “truculenta”. No rastro da ação, escolas e igrejas foram fechadas, animais morreram, imóveis foram destruídos e famílias foram expulsas de casa sem qualquer alternativa. Um trabalhador rural foi morto pela Força Nacional.

“Essa foi uma solicitação minha ao presidente da CPI, senador Plínio Valério (PSDB). A presença da CPI das ONGs se justifica uma vez que a expansão da terra indígena se deu por solicitação direta de uma ONG. E é essa expansão, que foi feita sem um laudo antropológico, que está impactando a vida daquelas famílias de produtores rurais”, declarou Zequinha Marinho a O Liberal.

O requerimento, de número 144/2023, havia sido aprovado ao final da audiência pública do dia 24 de outubro, na CPI das ONGs, com autoria do relator da Comissão, senador Marcio Bittar (União-AC). O senador Zequinha Marinho (Podemos) é um dos apoiadores da ação. Bittar afirmou, no documento, que “está em curso uma megaoperação (…) para expulsar cidadãos, incluindo idosos e crianças, de suas casas” e que tem “ativa participação de organizações não governamentais (…) financiadas com dinheiro externo estariam agindo na região”.

A operação de desintrusão da Apyterewa visa a retirada de todos os não-indígenas da área que será destinada à vivência exclusiva dos indígenas Parakanã e à preservação ambiental. Atualmente, cerca de 1 mil indígenas vivem na área de 774 mil hectares de São Félix do Xingu. Entidades que representam moradores apontam cerca de 2 mil famílias no território antes do começo da desintrusão. O STF, com base no Incra, discorda desse número.

(Da Redação do Fato Regional, com informações de O Liberal)


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