Uma menina de 11 anos, mantida em cárcere privado há cerca de cinco meses, morreu por desnutrição decorrente de um jejum, na noite de quinta-feira (24). O caso aconteceu em Ubatuba (SP) e a mãe e o padrasto da criança foram presos em flagrante, na tarde desta sexta-feira (25), suspeitos de envolvimento na morte. Os dois levaram a menina ao pronto socorro por volta das 21h de quinta e o hospital foi quem chamou a Polícia Civil, que trabalha com a informação de que a vítima chegou ao hospital já morta ao local.
Os médicos atestaram desnutrição e palidez. Na sexta, ao prestar depoimento, a mãe, que tem 26 anos, confessou que mantinha a menina em cárcere privado. Ela ficava no chão sobre um tapete de EVA (um tipo de borracha) no apartamento da família, no Centro da cidade. Ainda conforme o depoimento da mulher, a vítima ficou trancada em casa durante cinco meses e era obrigada a jejuar e orar como forma de castigo por atos considerados errados, como mentiras. Durante esse período, ela teria saído apenas duas vezes na rua. O padrasto, de 47 anos, permaneceu em silêncio durante o interrogatório.
Outra criança, de apenas oito anos, irmão da menina, também era submetido a castigos esporádicos. A polícia informou que, na última terça-feira (22), a mulher e o marido teriam obrigado a menina a fazer um jejum de dois dias. Só era permitido que ela bebesse água. Na quinta, a criança passou mal e morreu no hospital.
Os dois acusados vão responder por tortura com morte, cárcere privado e abandono intelectual. O irmão da vítima foi encaminhado para um abrigo da cidade e está sob os cuidados do Conselho Tutelar.
Com informações do G1