O deputado Torrinho Torres (Podemos) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) para anunciar o movimento “SOS Apyterewa”. A proposta é mobilizar esforços de todos os parlamentares — de Esquerda e de Direita — para criar um mutirão de serviços e atendimentos às famílias expulsas da área, palco de uma operação de desintrusão. A ação foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e está sendo cumprida pelo Governo Federal.
Torrinho argumentou que é dever dos deputados da Alepa fazer algo quando a vida de um paraense sequer está em risco. Por isso disse que contava com o apoio dos parlamentares de todas as ideologias da casa para ajudar a prefeitura de São Félix do Xingu a acolher as pessoas. Entidades representativas dos trabalhadores rurais da Apyterewa dizem ser cerca de 3 mil famílias. O STF não reconhece esse número e conta com uma ação do Incra para mapear completamente que estava na área.
Na proposta de Torrinho, a Alepa pode criar uma grande comissão para levar alimentos, água potável, itens de higiene, serviços sociais e atendimentos médicos e psicológicos. E ainda, evitar que as crianças que estão sem aulas, após o fechamento das escolas rurais que existiam nos povoados da Apyterewa, sejam mais prejudicadas. “O que me fez entrar para a política foi ajudar a resolver os problemas do sul e sudeste do Pará, região onde moro com a minha família”, jusitificou.
“Ver a casa onde se construiu uma vida ser deixada para trás deve ser devastador. Mas nada se compara à angústia de ver seus animais e sua produção serem entregues à morte, agonizando e apodrecendo nas estradas. É uma ferida que nunca vai cicatrizar no coração de um produtor rural. Onde estão os ativistas dos direitos humanos e dos animais? Estão todos calados. Mas vamos nos unir, sem briga e sem discussão, para ajudar quem precisa”, declarou.
Ai final, Torrinho disse que conta com o apoio do Governo do Pará para que o movimento “SOS Apyterewa” tenha êxito, já que o próprio governador Helder Barbalho (MDB), como lembrou Torrinho, se uniu a uma comissão para tentar, junto ao Governo Federal, encontrar uma solução para que a desintrusão, determinada pelo STF, não fosse cumprida da forma que está sendo. A área de 774 mil hectares será destinada à vivência exclusiva do povo indígena Parakanã (atualmente com cerca de 1 mil indígenas) e à preservação ambiental.
(Da Redação do Fato Regional)
LEIA MAIS, NO FATO REGIONAL:
- Projeto de lei do deputado Torrinho estabelece prioridade a cirurgias reparadoras em mulheres vítimas de violência
- Sespa aponta Cumaru do Norte entre os municípios com mais casos de malária do Pará
- Casal é preso em Canaã dos Carajás após sair de Água Azul do Norte com armas, drogas e documentos falsos
- Xinguara terá mutirão de negociação de dívidas com a Equatorial de 8 a 10 de novembro