O governador do Pará e presidente do Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, Helder Barbalho (MDB), participou, nesta terça-feira (17), do Fórum Mundial da Alimentação (WFF, sigla em inglês). O encontro foi promovido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, na Itália. Ele defendeu soluções a partir da sociobioeconomia amazônica para o que considera os maiores desafios atuais: o da preservação ambiental e o combate à fome.
“A bioeconomia na Amazônia representa hoje a geração de 84 mil empregos diretos no Brasil, 347 mil de forma direta e indireta, agregando um valor ao nosso Produto Interno Bruto em um patamar de 12 bilhões de reais, portanto, ainda pequeno dadas as dimensões de oportunidades, além de um valor bruto de produção de 15 bilhões de reais. Mas quando estimamos a partir do conhecimento tradicional associado, da pesquisa aplicada e da perspectiva do que a bioeconomia pode representar para o nosso Estado, nós estamos falando da oportunidade de chegar, até 2037, a 120 bilhões de dólares em exportação de produtos oriundos da nossa sociobiodiversidade”, disse o governador do Pará, primeiro estado a desenvolver um plano de bioeconomia.
Helder discursou ao lado do diretor-geral da FAO, Qu Dongyu. O evento contou com participações da diretora-geral adjunta da FAO, Maria Helena Semedo; da secretária Nacional de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Carina Pimenta; da vice-ministra da Agricultura e Pecuária da Colômbia, Aura María Duarte; do presidente do Parlamento Amazônico (Parlamaz), senador Nelsinho Trad, além da embaixadora Carla Carneiro.
“Saímos do estado que historicamente representou o maior nível de desmatamento no Brasil e nos últimos quatro anos, iniciamos um processo de transformação e de mudança da realidade do uso da terra, pautados em pilares que partem da Política Estadual de Mudanças do Clima, com ações de comando, controle e fiscalização, a partir de medidas efetivas de combate ao desmatamento e redução de emissões e com a construção de um novo modelo socioeconômico para o uso do solo, fazendo da nossa sociobiodiversidade amazônica a nova grande vocação econômica do Pará, que permitirá que encontremos duas soluções urgentes: a da preservação da floresta e a solução do desafio social, garantindo comida na mesa daqueles que mais precisam”, declarou o governador.
O governador também destacou o processo de escutas etnoregionais e multissetoriais que resultaram no Plano Estadual de Bioeconomia. “Em 2022, na COP 27, no Egito, o Pará apresentou o Plano Estadual de Bioeconomia, disponibilizado aos que aqui estão presentes, que foi resultado de várias oficinas, ao longo de mais de um ano, onde envolvemos as comunidades tradicionais, trazendo os conhecimentos ancestrais dos povos da floresta, valorizando a agricultura familiar, além dos setores da academia, setor privado, ONGs e o próprio governo. Para nós, é fundamental que possamos compreender que a floresta viva possa valer mais que uma floresta morta”, disse.
Na programação, o governador e sua delegação participaram de reuniões bilaterais com Qu Dongyu e com Maria Helena Semedo. Nas ocasiões, foi discutida a possibilidade de ser firmada uma cooperação entre a entidade e o Governo do Pará, para fortalecer as políticas ambientais do Estado, sobretudo na área da bioeconomia. Helder informou que está articulando com o presidente Lula (PT) a inclusão da bioeconomia na agenda da reunião do G20, grupo formado pela União Europeia e 19 países, que representa 85% do PIB global.
(Da Redação do Fato Regional)
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