sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Escola é fechada durante operação na Apyterewa; alunos estão em galpão improvisado

A decisão judicial que determina a saída de todos os não-indígenas da Apyterewa resultou também no fechamento da escola municipal de educação infantil Morada dos Sonhos II
Com cartazes feitos no galpão que é o que sobrou da escola Morada dos Sonhos II, alunos tentam sensibilizar os agentes federais que executam a operação de desintrusão da Apyterewa (Foto: Neia Craveiro / Jucelino Show na Net)

A escola municipal de educação infantil Morada dos Sonhos II, na Apyterewa, em São Félix do Xingu, sul do Pará, foi fechada. A unidade tinha 114 alunos, que agora estão alocados numa escola improvisada em um galpão. Até o final da operação de desintrusão, esse galpão também deverá ser desmontado eventualmente. Enquanto isso, a comunidade escolar tenta sobreviver em condições inadequadas e pedindo socorro para que os estudos das crianças não sejam prejudicados.

Por determinação judicial, todos os não indígenas devem deixar a área. Não há distinção na ordem sobre o que pode ou não funcionar por mais ou menos tempo enquanto o processo de desintrusão segue. O prefeito de São Félix do Xingu, João Cleber (MDB), está em Brasília, junto com o deputado estadual Torrinho Torres, para encontrar uma forma de mitigar o sofrimento das quase 2 mil famílias intimadas a deixar casas, comércios e propriedades rurais para trás com urgência.

“Sou mãe de alunos que estudavam nessa escola. Eles estavam em avaliação e pararam. Como vão ficar, já que nas outras escolas a avaliação continua? Vão ser prejudicados? Eu nasci aqui na Apyterewa e não tive acesso a estudo, diferente dos meus filhos, que têm essa oportunidade e estão tirando deles o melhor que eu poderia dar, que é educação e um futuro. É muito triste o que está acontecendo aqui”, disse uma moradora da Apyterewa.

Outro morador questionou a truculência dos agentes federais na abordagem às famílias da Apyterewa, que muitas vezes ocorre na frente das crianças. “As autoridades que deviam estar ajudando a gente estão fechando escolas. Chamam os pais de bandidos, quebram nossas coisas, destroem o que temos e traumatizam essas crianças, além de tirar um direito que é o da educação. Isso é certo?”, criticou.

Em meio às várias crianças que estão estudando de forma ainda mais precária, fica a pergunta de uma das crianças que eram da escola Morada dos Sonhos II: “Como que vai aprender se não tem escola? Como vamos ser alguém na vida?”.

(Da Redação do Fato Regional, com informações de Jucelino Show na Net)


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