sábado, 23 de novembro de 2024

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‘Fome e fuzil’: deputado Torrinho critica truculência de agentes federais na Apyterewa

O parlamentar alerta que outras operações de desintrusão devem ocorrer no Pará e no Brasil e que precisam ser repensadas urgentemente para evitar que outra vida seja perdida, como a do agricultor Ozéas Ribeiro
O deputado Torrinho Torres critica a forma que a operação vem sendo conduzida na Apyterewa "tocando o terror" nas famílias de produtores que vivem na região (Foto: Ozéas Santos / Alepa)

O deputado estadual Torrinho Torres (Podemos) voltou a criticar a truculência dos agentes federais que conduzem a operação de desintrusão da Apyterewa, em São Félix do Xingu, no sul do Pará. Nesta segunda-feira (16), a ação ganhou um novo e dramático capítulo quase anunciado: a morte do agricultor Ozéas Ribeiro, de 37, supostamente baleado pela Força Nacional. Com o impedimento da entrada de comida e água nas vilas da localidade, o parlamentar chamou de política de “Fome e Fuzil”.

“Matar de bala e matar de fome. A vida não vale mais nada na Apyterewa. Não foi por falta de aviso. Decisão judicial não é para ser questionada. É para ser cumprida. Mas há dias vinha tentando evitar essa tragédia na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). O governador Helder Barbalho (MDB) foi a Brasília, com uma comissão de deputados e com participação da nossa bancada federal para evitar isso. Por que ter que perder uma vida para suspender e repensar a operação?”, questionou o deputado.

Torrinho segue criticando o desenrolar da operação. “Que força nacional despreparada é essa, que tira a vida de um homem desarmado com dois tiros de fuzil? Que decisão judicial é essa que não respeita os direitos humanos, que impede de entrar alimentos, corta a energia e toca o terror em gente humilde? A Apyterewa é só ponta do iceberg e pode ser pior. Lá não é desintrusão. É expulsão de gente consolidada lá há mais de 40 anos. A Apyterewa é recente, uma condicionante da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte”, complementa.

Na avaliação do parlamentar, a os produtores rurais e o povo indígena Parakanã, a quem se destina a terra da Apyterewa — que por conseguinte vira uma reserva ambiental —, conviviam de forma pacífica. E pela extensão do território, com mais de 774 mil hectares, haver terra para todos. “Que esse assassinato faça com que o Poder Judiciário e o Governo Federal revejam suas decisões”, conclui.

Nesta terça-feira (17), a Comissão de Direitos Humanos da Alepa, a convite do deputado Torrinho e apoio do senador Beto Faro (PT) vai à área para conversar com a comunidade da Apyterewa. Em Brasília, o prefeito de São Félix do Xingu, João Cleber (MDB), tem agendas com o Incra e com a Funai. A Redação do Fato Regional segue acompanhando a operação de desintrusão da Apyterewa, no local, e repercussões na capital federal. Acompanhe nossa cobertura!

(Da Redação do Fato Regional)


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