sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Manual traz informações sobre gestão do cacau e melhorias na produção do Pará

Gestão otimizada, ganhos financeiros e consciência ambiental: material lançado por Imaflora e CocoaAction Brasil visa auxiliar produtores a cumprirem boas práticas agrícolas
O Pará é responsável por 96% da produção da região Norte do País, que sozinha representa mais da metade do cacau brasileiro (Foto: Ascom Semas / Agência Pará)

O Pará é considerado, atualmente, o maior produtor de cacau do Brasil e as regiões Sul e Sudeste como expoentes da produção do fruto, com destaque para Tucumã. Altamira e Medicilândia, no sudoeste, também são grandes produtores. Por essa razão, o estado foi escolhido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e o CocoaAction Brasil para ser um projeto-piloto do Manual de Implementação do Currículo de Sustentabilidade do Cacau.

O manual que tem como objetivo oferecer subsídios para que os produtores consigam cumprir as boas práticas agrícolas presentes no Currículo de Sustentabilidade do Cacau. O trabalho foi elaborado ao longo do ano de 2021, por meio de um processo que reuniu a participação de diferentes atores da cadeia produtiva, entre eles, poder público, indústrias, cooperativas, institutos, serviços de assistência técnica e extensão rural.

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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil produziu 270 mil toneladas de amêndoas de cacau entre 2020 e 2021. A região Norte responde por 150 mil toneladas, e somente o Pará produz 96% desse total. O Pará movimentou R$ 1,8 bilhão, de cerca de R$ 3,5 bilhões resultantes da produção de cacau de todo o país em 2020

“A cadeia do cacau enfrenta diversos desafios. Há questões sociais, de desmatamento, gestão de resíduos, de baixa produtividade, além de problemas relacionados à saúde do produtor, no que se refere ao uso de EPI, por exemplo. O Currículo e o Manual vieram para possibilitar a obtenção de resultados mais positivos. A maior parte das propriedades produtoras de cacau no Brasil são da agricultura familiar e esse setor enfrenta muitos desafios e problemas de gestão, muito disso, por falta de acesso a conhecimento, a tecnologias, a crédito, a instituições financeiras ou de assistência técnica”, afirma Vitor França, coordenador de projetos e serviços do Imaflora e do Projeto Cacau 2030.

Tucumã, Medicilândia e Altamira são os maiores expoentes da produção de cacau do Pará e são referência para marcas de chocolates nacionais e internacionais (Foto: Ascom Semas / Agência Pará)

 

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Manual propõe melhorias financeiras e ambientais divididas em três seções

A utilização do Manual de Implementação do Currículo de Sustentabilidade do Cacau e a adoção do Currículo de Sustentabilidade do Cacau, na opinião dos especialistas, possibilitam a adequação das propriedades e das produções.

“Os produtores que conseguem, de fato, incorporar práticas efetivamente sustentáveis nos sistemas de produção têm a oportunidade de obter melhores resultados financeiros. Com uma gestão mais eficiente da propriedade e dos recursos, os produtores economizam insumos e avançam na melhoria de produtividade e de qualidade das amêndoas, podendo, assim, controlar melhor os custos de produção”, explica Vitor Stella, da equipe da iniciativa CocoaAction Brasil.

Dividido em três áreas temáticas (gestão da produção, gestão ambiental e gestão social), o Manual de Implementação do Currículo de Sustentabilidade do Cacau traz à tona como cumprir as práticas recomendadas e realizar uma gestão mais eficiente, o que permite a obtenção de melhorias financeiras e ambientais.


“Além dos aspectos econômicos, a adoção das práticas promove melhoria quanto à utilização dos recursos naturais, o que reduz os impactos dessa produção. Os maiores beneficiários da adoção do manual e, por consequência, do currículo, são os produtores, suas famílias e os trabalhadores de uma forma geral, uma vez que eles são os primeiros impactado pela sustentabilidade dos negócios e da produção”, diz Stella.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com informações da Imaflora e CocoaAction Brasil)