Na madrugada desta sexta-feira (11), a Delegacia Especializada em Conflitos Agrários da Polícia Civil (Deca) deflagrou a operação “Fortis Status”, em Marabá. O objetivo informado pela PC seria investigar um “grupo criminoso” que estaria cometendo crimes ambientais na fazenda Mutamba. Só que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Pará (MST) comunicou, por nota, que cinco pessoas foram mortas e outras ficaram feridas na ação tida como truculenta.
“Na madrugada de hoje, por volta das 5:00h da manhã o Acampamento/Associação Terra Prometida, localizado na fazenda Mutamba nas proximidade de Marabá, foi invadida de forma criminosa por policiais fortemente armados e encapuzados. A operação covarde e truculenta realizada pelos “policiais” com nome de ‘”FORTIS STATUS’ até o momento deixou 5 vítima fatais e dezenas de acampados gravemente feridos”, diz a nota do MST. O acampamento não é formalmente ligado ao MST, mas o movimento diz ser solidário às vítimas.
Veja a publicação do MST Pará, no Instagram:
Ainda na nota, o MST-PA diz: “O relato dos acampados, é de que, os ‘policiais’ já entraram atirando, fazendo várias vítimas. Pela ação cometida, as características da abordagem policial nos levam a supor tratar- se de uma Chacina contra os acampados disfarçada operação de busca e apreensão. Segundo relato, não foi apresentado nenhum mandado judicial, e os policiais envolvidos encontram-se sem identificação nos uniformes”.
Por nota, a Polícia Civil confirmou a operação, mas discordou do número de mortos: “…a operação investiga o envolvimento de um grupo nos crimes de organização criminosa majorada, porte ilegal de arma de fogo, dano qualificado, furto qualificado, extração ilegal de madeira, incêndio e queimadas de área de preservação e desobediência a ordem judicial. A ação é coordenada pela Deca. Dois homens morreram após troca de tiros e quatro suspeitos foram presos. Nove armas de fogo, munições e celulares foram apreendidos”.
O Acampamento Terra Prometida fica na área da fazenda Mutamba, que pertence à família Mutran. O local já está em disputa há alguns anos e a reintegração de posse tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob responsabilidade do ministro Cristiano Zanin. Segundo o MST, pelo menos 200 famílias vivem na área. Neste ano, o complexo foi escolhido pelo movimento para as ações do “Abril Vermelho”, que relembra o Massacre de Eldorado do Carajás, em 1996. Há conflitos recentes dentro da propriedade que estão sob investigação.
A Defensoria Pública do Estado do Pará confirmou que foram 5 mortos e que solicitou a suspensão imediata das medidas e retirada de policiais da área. Um grupo de representantes do MST está a caminho do local para averiguar a situação no local. O número oficial de pessoas feridas ainda não foi divulgado. Devido à distância e diferentes versões, esta matéria ainda será atualizada conforme novas informações chegarem.
O Fato Regional respeita o princípio da presunção de inocência e sempre abre espaço para a defesa dos mencionados em casos policiais — se os advogados ou envolvidos acharem conveniente quaisquer manifestações —, garantindo amplo direito ao contraditório.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
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