O prazo limite para a saída dos moradores não-indígenas da área da Apyterewa, em São Félix do Xingu, no sul do Pará, está perto do fim. E ao passo que a operação de desintrusão avança, moradores agora se veem sem energia elétrica. O clima segue tenso na região. De um lado, agentes federais notificam quem vive no território. Do outro lado, pessoas relatam angústia, ansiedade, medo, incerteza e já falam em sofrimento de animais.
Na vila Renascer, moram cerca de 2 mil famílias, entre moradores do local e produtores rurais que trabalham na Apyterewa. Por decisão da Justiça Federal, a operação deveria ocorrer no dia 28 de setembro, com a notificação dos moradores e prazo de 7 dias para saída voluntária a contar da data de início da operação. Com isso, o prazo limite é nesta quarta-feira (4).
Durante o processo de notificação de moradores da vila Renascer, uma pessoa questionou os agentes federais de que estava sem energia elétrica. Ela foi informada de que o corte da energia faz parte do processo de desintrusão e é definitivo. Um produtor rural da área tentou argumentar com o oficial de justiça de era preciso que os agentes informassem que os animais estão sendo vítimas da operação por estarem começando a ficar sem comida e que praticamente nenhuma família sabe para onde ir ou o que fazer.
Os agentes vêm explicando aos moradores da vila Renascer que só estão cumprindo ordens, provenientes de uma decisão judicial que determinou a saída de não-indígenas da Apyterewa. “Onde vão colocar essas pessoas? Vocês estão acabando com a vida do povo! Não existe isso! As pessoas não têm condição de aguentar isso”, questionou o morador. “Não é algo que está acontecendo de surpresa. Dessa vez, estamos pedindo que as pessoas saiam voluntariamente”, respondeu o servidor federal.
(Da Redação do Fato Regional)
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