quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Oposição a Lula quer impeachment do ministro da Justiça por visita da ‘primeira-dama’ do Comando Vermelho do Amazonas

Flávio Dino, um dos ministros mais visados e atacados pela oposição ao governo Lula, tem declarado que não participou da reunião com mulheres que tinham como objetivo apresentar reclamações sobre o sistema prisional
O ministro Flávio Dino é alvo de mais um ataque da oposição ao Governo Lula, que pede o impeachment dele pela presença de uma mulher ligada ao Comando Vermelho do Amazonas na sede do Ministério da Justiça, numa agenda oficial (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil / Arquivo)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, está sendo alvo de pedidos de impeachment após a visita de Luciane Barbosa Farias, conhecida como “primeira-dama” do Comando Vermelho no Amazonas. Ela e outras mulheres estiveram na sede do Ministério da Justiça, no dia 2 de maio, numa agenda oficial com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz. Dino não estava na reunião. Mas para a oposição ao governo de Lula (PT), seria o suficiente para afastar o titular da pasta.

O encontro foi revelado pelo jornal O Estado de São Paulo e confirmado pelo MJSP. Elias Vaz, num posicionamento publicado nesta segunda-feira (13), disse que o encontro com Luciane não foi intencional. A esposa de Clemilson dos Santos Farias — o “Tio Patinhas” e apontado como líder do Comando Vermelho do Amazonas, que está preso — estava acompanhando um grupo de mulheres para falarem sobre casos de homicídios e violações no sistema penitenciário. A agenda era com a advogada Janira Rocha.

“Ante à gravidade dos fatos narrados, contrários aos princípios que devem pautar a administração pública, em total afronta ao ordenamento jurídico, é de rigor que essa D. Procuradoria-Geral da República adote com a maior urgência medidas com vistas a coibir as ações do Ministro da Justiça e Segurança Pública, bem como para que sejam apurados os fatos e as responsabilidades civil e criminal dos envolvidos”, diz a representação apresentada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Janira é ex-deputada estadual pelo Rio de Janeiro e é vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Associação Nacional de Advocacia Criminal Fluminense. Elias Vaz disse que a recebeu porque a conhece como profissional e a agenda foi solicitada formalmente. Luciane — que já foi condenada e responde ao processo em liberdade —, afirmou o secretário, se limitou a falar sobre irregularidades no sistema penitenciário.

Luciane Barbosa está à esquerda de Elias Vaz, numa agenda oficial no Ministério da Justiça (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

 

“Por esta razão, foi sugerido à advogada Janira Rocha que elas procurassem a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN). Tenho uma longa trajetória parlamentar e política, sempre com a marca da seriedade. Atendi a advogada Janira Rocha e acompanhantes por conhecer a citada profissional e ela desejar falar sobre vítimas de homicídios. Repudio qualquer envolvimento abjeto e politiqueiro do meu nome com atividades criminosas”, disse Elias.

Por nota nas redes sociais, o ministro Flávio Dino disse: “Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho. De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que NÃO SE REALIZOU em meu gabinete”. Dino convocou reunião urgente com Elias Vaz, mas o Governo Federal, por ora, descarta a demissão do secretário ou afastamento do ministro.

(Da Redação do Fato Regional)


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