Uma produtora rural da Extensão Apyterewa, em São Félix do Xingu, dona Ivanete de Deus Silva, de 52 anos, morreu de infarto nesta quinta-feira (7). Horas antes, ela estava passando mal e moradores pediram ajuda aos agentes federais da operação de desintrusão. Num vídeo, pessoas relatam que a ajuda foi negada e o marido dela é que levou a mulher até uma base na vila Renascer. É a segunda queixa na área de omissão de socorro em menos de 20 dias.
Dona Ivanete era mãe de um rapaz que, dois dias antes, gravou um vídeo criticando a destruição de casas na Apyterewa, incluindo a da família dele. Ele também era uma das pessoas que estava filmando a chegada de um longo comboio — que teve o início registrado pelo Fato Regional e quando o jornalista Wesley Costa foi intimidado — e teve uma arma apontada contra ele por um agente da Força Nacional.
O deputado estadual Torrinho Torres (Podemos-PA) voltou a criticar a operação de desintrusão da Apyterewa e cobrou do Governo Federal uma resposta sobre mais esse caso apontado como omissão de socorro. “Mais um saldo negativo de vidas, não bastassem todos os prejuízos materiais. Minha mensagem ao Governo Federal é clara: até quando o sofrimento desse povo será ignorado? Um país em reconstrução não é feito exterminando vidas, casas e sonhos”.
O que diz o Governo Federal sobre a morte e omissão de socorro de Ivanete
Por nota, a Assessoria de Comunicação da Operação de Desintrusão da Apyterewa disse: “Na data de hoje (7), foi prestado apoio à família de uma ocupante da TI que veio a óbito por causas naturais, na Vila Renascer. Por volta de meio-dia, uma mulher, residente na Vila, foi levada por seu marido até a Base Operacional, buscando socorro médico. Infelizmente, a equipe médica do Exército Brasileiro, que rapidamente realizou atendimento, constatou de imediato, o óbito por aparente infarto”
“Buscando amparar a família os agentes contataram o delegado de Tucumã, que orientou o traslado do corpo àquela Delegacia. A Força Nacional de Segurança Pública e o Exército Brasileiro estão fornecendo todo o suporte necessário à família e mobilizaram duas viaturas para acompanhar o carro funerário até o destino, permitindo que os familiares acompanhem o processo administrativo para o velório e o sepultamento”, diz a nota.
A nota encerra dizendo que “Durante a ocorrência do óbito não havia nenhuma atividade vigente da operação de desintrusão na Vila Renascer”.
(Da Redação do Fato Regional)
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