sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Suposto espião russo é identificado pela Abin atuando na embaixada em Brasília

O suposto espião Serguei Alexandrovitch Chumilov atuava na embaixada russa em Brasília desde 2018 e deixou o país em julho de 2023 a pedido do governo russo após um contato do Itamaraty para evitar um incidente diplomático. A Abin teria identificado que ele trabalhava com inteligência e recrutamento de informantes brasileiros.
A sede da embaixada da Rússia em Brasília, onde o suposto espião Serguei Alexandrovitch Chumilov atuava com inteligência até deixar o país em julho de 2023 (Foto: Divulgação / Via Agência Pará)

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificou um suposto espião da Rússia em atuação no Brasil. Serguei Alexandrovitch Chumilov é apontado como um falso integrante do corpo diplomático da embaixada russa em Brasília (DF). As atividades dele incluíam trabalho com inteligência e recrutamento de informantes. Ele chegou ao país em 2018 e saiu em julho de 2023. As informações são da Folha de São Paulo, que confirmou a informação com fontes do setor de relações internacionais.

A Abin informou que não nega nem comenta casos de contraespionagem. O Itamaraty afirmou que monitora, mas “…não comenta publicamente casos dessa natureza por seu caráter sigiloso”. A embaixada da Rússia em Brasília também não comentou.
A princípio, o que se confirma de Chumilov é de que ele tinha a função oficial de primeiro-secretário na embaixada russa. Também se identificava como representante da Casa Russa no Brasil (Russky Dom), ligada à agência federal russa Rossotrudnichestvo.

A Rossotrudnichestvo é a agência para “assuntos de colaboração com a comunidade de Estados independentes, compatriotas no estrangeiro e cooperação humanitária internacional”. O órgão fica dentro da estrutura do Ministério de Assuntos Exteriores da Rússia. A pasta é comandada por Serguei Lavrov, que esteve no Brasil e se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em fevereiro.

Após a Abin descobrir a real atividade de  Chumilov, o Itamaraty articulou com o governo russo uma saída diplomática. Dessa forma, a Rússia foi quem determinou a saída do agente. Todo o procedimento teria sido feito, como confirmou a Folha com as fontes consultadas, com métodos para evitar constrangimentos e incidentes diplomáticos mais graves. Não se sabe que tipo de informações foram repassadas e quem teria sido cooptado para ser informante. As investigações seguem.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com informações da Folha)


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