segunda-feira, 20 de maio de 2024

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Suspeito de ser o maior desmatador da APA Triunfo do Xingu é preso em São Félix do Xingu

Franklin Wslei Lauriano, investigado também por diversos outros crimes, já provocou estragos em mais de 6 mil hectares de áreas preservadas estaduais e federais em São Félix do Xingu
Franklin Aureliano foi preso na fazenda dele e é investigado por diversos crimes, além de delitos ambientais (Foto: Agência Pará)

Franklin Wslei Lauriano da Costa, considerado pela Polícia Civil como o maior desmatador da área de proteção ambiental (APA) Triunfo do Xingu, em São Félix do Xingu, foi preso. Ele foi alvo de um desdobramento da operação Curupira, da Força-Tarefa Amazônia Segura. Desde 2017, o suspeito já promoveu a destruição de cerca de 6 mil hectares de territórios preservados da Amazônia. Além dos crimes ambientais, ele é investigado por lavagem de gado, comércio ilegal de madeira, organização criminosa e falsidade ideológica.

Com o suspeito foram apreendidos uma arma de fogo, celulares e documentos que fazem parte da investigação (Foto: Agência Pará)

A prisão de Franklin ocorreu na propriedade rural dele, em São Félix do Xingu, na tarde desta segunda-feira (11). O governador Helder Barbalho (MDB) parabenizou todas as equipes envolvidas na operação. Com ele foram apreendidos celulares, uma arma de fogo e documentos que vão subsidiar a continuidade da investigação. O fazendeiro é alvo de vários inquéritos e já havia recebido multas por desmatamento ilegal.

“Os policiais civis que atuam na Força-Tarefa Amazônia Segura receberam informações dos agentes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) que comprovavam a degradação da área do Arco do Triunfo por parte do alvo. A partir daí, nossos agentes começaram a trabalhar no sentido de realizar diligências e técnicas investigativas que pudessem alcançar o verdadeiro responsável pelo desmatamento da área de proteção ambiental e também os coautores do crime”, explicou Daniela Santos, delegada-geral adjunta da PCPA e coordenadora da Força Tarefa.

Pelas investigações da Polícia Civil, “entre abril e setembro deste ano, Franklin desmatou e promoveu queimadas em mais de 3.514,67 hectares de floresta na área da APA Triunfo do Xingu, ampliando o desmatamento e, consequentemente, causando grande dano ambiental que resulta diretamente nas mudanças climáticas e na devolução de toneladas de CO2 armazenado pela floresta para a atmosfera”, diz nota divulgada pela Polícia Civil.

Ainda como aponta a PC, entre os anos de 2018 e 2022,  Franklin é suspeito de desmatar 2.541,49 hectares de floresta dentro do bioma amazônico e que resultaram em mais de R$ 3,51 milhões em multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

As investigações da Polícia Civil aponta que Franklin é suspeito de cometer ‘lavagem de gado’, entre outros crimes, que é quando carne com origem irregular é misturada junto a produtos legais (Foto: Agência Pará)

“A investigação teve início a partir de intensas queimadas que ocorreram dentro da APA Triunfo do Xingu entre os dias 13 e 16 de agosto de 2023. Os agentes da Operação Curupira, integrada pelos órgãos de segurança pública, diligenciaram ao local onde estavam ocorrendo diversos crimes ambientais e foram recebidos a tiros pelas pessoas que estavam desmatando o local. Os suspeitos conseguiram fugir e, por isso, se fez necessária a investigação do caso”, disse o delegado-geral Walter Resende.

A Polícia Civil informou, com base nas investigações, que Franklin inseriu gado em áreas desmatadas e comercializou os animais entre a fazenda dele irregular e fazendas regulares. A prática é conhecida como “lavagem de gado” e ocorre da seguinte forma:

  • Uma área é desmatada e transformada em área em pasto
  • O gado é inserido no terreno desmatado, criado para engorda e transportado para uma fazenda sem irregularidades
  • Logo após, a carne sem cadastro sanitário se mistura com a carne de fazendas regulares e termina chegando ao mercado e ao consumidor final
  • A prática acima é considerada crime contra as relações de consumo e tem pena de 2 a 5 anos de detenção ou multa

(Da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Pará)


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