O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em Belém, capital do Pará, para a Cúpula da Amazônia. O encontro ocorre nestes dias 8 e 9 de agosto. Nesta terça-feira, na live presidencial “Conversa com o presidente”, o petista destacou a importância do evento e da COP 30, que também será em Belém, em 2025. Para ele, a discussão sobre a Amazônia será dividida entre antes e depois desses encontros globais.
“Quando governador do Pará [Helder Barbalho] me sugeriu fazer esses eventos [COP e Cúpula da Amazônia] no Pará, achei a ideia extraordinária. Por que não fazer na Amazônia encontros em que tanto se fala em Amazônia? Precisa vir aqui conhecer (…) Amazônia tem gente, tem fauna, tem flores, tem água, mas são mais de 50 milhões de pessoas”, comentou Lula.
Desde o dia 4 de agosto, Belém sedia discussões que vão impactar toda a região amazônica. Começou com os Diálogos Amazônicos, com a participação de mais de 27 mil pessoas no final de semana, com presença de membros dos governos federal e dos estados e líderes de outros países da região, além de movimentos sociais e organizações diversas.
O presidente reforçou que o Pará é o palco da primeira grande reunião entre líderes dos países da Amazônia e de países de outros continentes que tenham florestas a serem preservadas. E espera que todos os líderes mundiais estejam na COP 28, no final do ano, nos Emirados Árabes, para que sejam tomadas decisões quando um documento for tirado. ” E que após esses eventos, falem da Amazônia sabendo o que é”, disse.
Sobre a cooperação com outros países, Lula disse que as coisas não se resolvem só com dinheiro. É preciso compromisso, presença e participação dos demais países na preservação da Amazônia. E pediu contribuições também na defesa dos povos tradicionais da Amazônia: ribeirinhos, indígenas e quilombolas.
Lula critica garimpo ilegal e desmatamento e cita futuro prêmio a gestores que combatam crimes ambientais
“O mundo vai mudar e não porque Lula e Marina Silva querem. É porque o planeta está mudando. Brasil fará sua parte e cumprirá o que prometeu. Até 2030, vai ser desmatamento zero. Não será na marra. Será com os prefeitos e governadores e ter todos como aliados”, disse Lula, mencionando até um possível prêmio para os melhores indicadores de combate a crimes ambientais.
Ainda durante a live, Lula criticou o garimpo ilegal perto das águas e poluição por mercúrio. “Os rios limpos são necessidade da população. Não podemos permitir que as pessoas destruam o que não é deles. Pega minério sem pedir licença, derruba árvore sem pedir licença. Se quer desmatar, plante árvore!”, declarou.
Lula ainda comentou sobre a inserção de educação para o meio ambiente nos currículos escolares, algo com o qual o Pará saiu na frente, com medida do governador Helder Barbalho e aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará.
“Se a Amazônia é importante para a questão da água, para a descarbonização do ar, para a questão climática, precisamos cuidar, mas gerando emprego e oportunidade. Não pode ser só um santuário da humanidade. Precisa poder experimentar a riqueza da biodiversidade e compartilhar com o mundo,. Mas vamos começar cuidando aqui, do Brasil e das pessoas que moram na Amazônia”, concluiu.
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(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)