quinta-feira, 19 de setembro de 2024

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Após denúncias de assédio sexual, Lula demite Silvio Almeida do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania

Antes de ser demitido por Lula, Silvio Almeida ainda usou as redes sociais para dizer que estava sendo vítima de um ataque que precisava ser investigado e se colocou à disposição. Lula disse que ia garantir o direito à ampla defesa e submeter o ex-ministro a uma investigação rigorosa, mas a permanência dele era insustentável.
Os abusos teriam sido cometidos contra a ministra Anielle Franco e outras 4 mulheres. As suspeitas começaram a circular ainda em 2023 (Foto: Divulgação / MDHC / Arquivo)

Após uma série de denúncias de assédio sexual, Silvio Almeida não é mais o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania. Ele foi demitido pelo presidente Lula (PT), na noite desta sexta-feira (6), após a Polícia Federal abrir um inquérito para investigar as denúncias. Entre as cinco vítimas está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle Franco. Num ato de grande coragem, ela confirmou os abusos sofridos.

Desde 2023, ano em que os supostos abusos teriam ocorrido, Anielle Franco vinha sendo questionada sobre o tema. Ela se manteve em silêncio até esta sexta-feira, momento em que ratificou as denúncias contra Silvio Almeida a outros ministros e ao próprio presidente Lula. Nesta quinta-feira, após o portal Metrópoles e o colunista Guilherme Amado revelarem o caso, a primeira-dama Janja postou uma foto com a ministra em forma de apoio.

As denúncias às quais o Metrópoles e Guilherme Amado tiveram acesso foram através da ONG Me Too Brasil (eu também, em inglês), que apura denúncias de assédio sexual e estupros. A checagem dos jornalistas contou com 14 pessoas ligadas a Anielle Franco e às outras quatro vítimas dos supostos abusos investigados.

Logo após as denúncias reveladas pelo portal Metrópoles e o colunista Guilherme Amado, a primeira-dama Janja postou uma foto com Anielle Franco (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Antes de ser demitido por Lula, Silvio Almeida ainda usou as redes sociais para dizer que estava sendo vítima de um ataque que precisava ser investigado e se colocou à disposição. Por nota, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania  (MDHC) chegou a insinuar um possível conflito de interesses e interferências da ONG Me Too Brasil em licitações com a pasta.

O presidente Lula, em entrevista à Rádio Difusora, em Goiâna, disse que a permanência de Silvio Almeida era insustentável e que teria direito à presunção de inocência e ampla defesa, porém, fora do MDHC. A medida foi para evitar que a crise pessoal do ex-ministro virasse uma virasse uma crise de governo. “Nós vamos colocar Polícia Federal, o Ministério Público, a Comissão de Ética da Presidência da República para investigar”,  declarou.

“Eu estou numa briga danada contra a violência contra as mulheres. O meu governo tem uma prioridade em fazer com que as mulheres se transformem definitivamente numa parte importante da política nacional. Eu não posso permitir que tenha assédio. Então é o seguinte, nós vamos ter que apurar corretamente. Mas eu acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, a defesa das mulheres, a defesa, inclusive, dos direitos humanos com alguém que esteja sendo acusado de assédio”, disse Lula à rádio.

Veja o comunicado oficial da Presidência da República sobre a demissão de Silvio Almeida

“Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania.

O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual.

A Polícia Federal abriu de ofício um protocolo inicial de investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

O Governo Federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada.

Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República”

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com informações do Metrópoles)


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